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Polícia diz que mãe matou filho e namorada e se suicidou no City Lapa

Essa é a conclusão a que a Polícia Civil chegou após ouvir testemunhas e examinar o local do delito, classificado pelos investigadores como um crime passional

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 07/03/2014 às 20:58

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A médica pediatra Elaine Moreira Munhoz, de 56 anos, matou o filho Giuliano Landini, de 25, e a namorada dele, Mariana Marques Rodella, de 25, e em seguida se matou no apartamento da família, na Rua Passo da Pátria, na City Lapa, zona oeste de São Paulo. Essa é a conclusão a que a Polícia Civil chegou após ouvir testemunhas e examinar o local do delito, classificado pelos investigadores como um crime passional.

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Giuliano era aluno de Medicina da Santa Casa e Mariana, da Faculdade de Medicina Santo Amaro. Filha de médicos de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) e sobrinha do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Luiz Campbell Marques, Mariana levou um tiro na cabeça e outro no braço. Giuliano foi baleado no tórax, na cabeça e no braço esquerdo. A mãe do rapaz, segundo apurou o delegado Daniel Cohen, do 91.º Distrito Policial (Ceasa), era contrária à relação do filho, pois considerava que ele sofria muito.

O namoro já durava seis anos. Tudo teria piorado depois de Elaine começar a creditar a Mariana a culpa por uma suposta piora no desempenho escolar de seu filho. A mãe acreditava que o filho queria largar o curso de Medicina - ele estava no quinto ano da faculdade. Elaine ficou deprimida e começou a se tratar com uma psicóloga.

Na manhã desta sexta-feira, 7, Giuliano saiu cedo para passear com o cachorro. Voltou para o apartamento e foi assistir televisão. O pai do rapaz, o cirurgião Alexandre Landini, saiu para trabalhar. O rapaz estava na sala de TV quando ocorreu o primeiro disparo.

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De acordo com a polícia, Mariana foi alvejada quando estava deitada no quarto de Giuliano, que se levantou e foi em direção à mãe. Acabou baleado ainda na sala de TV. A mãe foi encontrada em seu quarto, que estava trancado por dentro. Ela estava caída no chão com um tiro na boca. Ainda empunhava um revólver de calibre 38 sem registro. Para a polícia, essa foi a arma do crime.

Elaine Moreira Munhoz, matou o filho Giuliano Landini e a namorada dele, Mariana Marques Rodella, e em seguinda se matou (Foto: Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo)

Uma empregada da família, ao ouvir os tiros, saiu correndo. Funcionários do prédio chamaram a Polícia Militar, que encontrou os três baleados no apartamento. Em pouco tempo, a cúpula da Segurança Pública de São Paulo chegou ao lugar. O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, e o delegado-geral, Maurício Blazeck, foram ao apartamento. Conhecido do ministro Campbell Marques, Grella acompanhou o trabalho da perícia técnica.

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Exames

Por precaução, os investigadores do caso decidiram fazer exames residuográficos em todas as pessoas que estiveram no apartamento naquela manhã, incluindo o pai do rapaz e a empregada da família Ambos foram levados ao 91.º DP, onde ainda prestavam depoimento no começo da noite de sexta como testemunhas do caso.

Ao ser questionado pelos policiais sobre a origem da arma, Alexandre Landini disse desconhecer. Ele foi avisado sobre a tragédia em sua casa quando estava no trabalho. Elaine trabalhava em uma Unidade Básica de Saúde da Prefeitura no Alto de Pinheiros, zona oeste. Ela teria deixado diversos papéis escritos pelo apartamento, que ocupava todo o segundo andar do prédio em que morava. "Neles estavam escritas frases desconexas", afirmou o delegado Cohen.

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De acordo com o policial, Elaine parecia dialogar com alguém nas frases escritas. Os peritos do Instituto de Criminalística (IC) examinaram durante toda a tarde o apartamento para estabelecer a dinâmica do delito.

Vizinhos

Os vizinhos da família ficaram perplexos com o crime. Elaine, seu marido e os filhos eram conhecidos no bairro. A estudante Carolina Dias, de 24 anos, disse ao Estado que nunca havia visto uma briga entre Elaine, o filho e sua namorada. "Eles eram uma família exemplar. Ela era uma excelente mãe", afirmou.

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Outra vizinha, a aposentada Marilene Godoy, de 50 anos, afirmou que estava "muito abismada" com o crime. "Eu conheço a família há cerca de 30 anos. Meus filhos foram criados com os dela", contou. A polícia deve aguardar a conclusão dos laudos da perícia e ouvir ainda vizinhos e funcionários do prédio, antes de concluir o caso.

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