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A Polícia Civil de São Paulo investiga um suposto caso de racismo contra uma mulher negra em um vagão da linha 1-azul do Metrô no final da tarde desta segunda-feira (2). O episódio provocou protestos e princípio de tumulto na estação Ana Rosa, na Vila Mariana, zona sul da capital.
O caso foi registrado como injúria racial no 27º Distrito Policial, no Campo Belo (zona sul). A suspeita foi liberada após prestar depoimento. A reportagem não divulga seu nome porque ainda não conseguiu contato com a defesa dela.
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Segundo as informações registradas em boletim de ocorrência, a vítima, Welica Senra Ribeiro, 35, afirmou que estava com a família, que é do Rio de Janeiro, quando uma mulher, que é branca e loira, disse: "Toma cuidado com seu cabelo, porque está próximo do meu rosto e pode me causar doença".
Welica, que tem cabelos crespos, declarou ter respondido: "Quer que eu raspe meu cabelo para você ficar à vontade?".
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O irmão de Welica, Jhonantha Ribeiro, afirmou que conversava com a mãe e que percebeu uma situação. Ele questionou a mulher e gravou parte da discussão. Outros passageiros ficaram indignados e protestaram na estação Ana Rosa gritando "racista, racista".
A mulher branca saiu do local escoltada por seguranças do Metrô e todos os envolvidos foram levados à polícia para prestar depoimento.
— Diário do Litoral (@diario_litoral) May 3, 2022Continua depois da publicidade
À polícia, a suspeita, de 44 anos, afirmou que é de nacionalidade húngara, que mora no Brasil há cinco anos e que, em geral, compreende bem a língua portuguesa.
Ela afirmou que estava sozinha no interior do metrô quando sentiu que o cabelo de uma pessoa estava encostando nas suas costas e que não percebeu de quem era. Na sequência, declarou, se ajeitou no assento para se afastar dos cabelos e disse para a pessoa que estava atrás: "Se cuida porque se tiver alguém que tem doença com o cabelo, talvez você pode pegar".
A mulher húngara afirmou à polícia que apenas "queria dar uma dica" para a outra pessoa, que não estava se importando se o cabelo dela era liso ou crespo e que não quis ofendê-la.
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Ela ainda declarou que escolheu viver no Brasil porque não tem preconceito com relação à raça e cor das pessoas.
A defesa da suspeita não foi encontrada até a publicação desta reportagem.
Em nota oficial, o Metrô informou que duas passageiras se desentenderam e uma delas foi acusada de injúria racial. "Os agentes de segurança do Metrô atuaram na proteção das partes. A PM foi acionada e as encaminharam para a delegacia."
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Com celulares nas mãos e aos gritos, dezenas de passageiros acompanharam a mulher até a saída, e imagens gravadas mostram que os seguranças precisaram conter a aproximação de algumas pessoas. Ela cobriu o rosto no trajeto.
Jhonantha Ribeiro afirmou à polícia que vai apresentar os vídeos que gravou com o celular o 36º Distrito Policial
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