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O soldado Luís Paulo Mota Brentano, acusado de matar em janeiro o surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, foi expulso ontem da Polícia Militar de Santa Catarina. A decisão cabe recurso, mas, se for confirmada a expulsão do agente ao fim do processo, Brentano deve deixar a sala do 8.º Batalhão da PM em Joinville (SC) e ser transferido para uma cela comum a ser determinada pela Justiça.
Por telefone, o padrinho de Ricardinho, Andrei Machado, disse estar aliviado com a notícia. "Demorou demais até. A gente só quer justiça. Uma notícia dessa traz tranquilidade para a família, que está ansiosa desde o acontecimento. Contra fatos não há argumentos", disse.
O soldado é acusado de ter baleado duas vezes Ricardo dos Santos em 19 de janeiro, na Guarda do Embaú, na cidade de Palhoça, na Grande Florianópolis. Por causa do crime, a Polícia Militar abriu um processo administrativo-disciplinar, que foi concluído nesta semana e assinado pelo coronel Benevenuto Chaves Neto, comandante da 5.ª Região da Polícia Militar, em Joinville.
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De acordo com comunicado da corporação, além da morte do surfista, pesou contra Brentano outras acusações sobre sua conduta. Brentano tem até a próxima segunda-feira para apresentar recurso.
Apelação. Caso a apelação não seja considerada pelo comando da PM em Joinville, o réu poderá recorrer ao Comando-Geral da PM, em Florianópolis. Além do processo administrativo, o soldado responde ao processo criminal em que é réu na Justiça, em Palhoça, onde pode ser levado a júri popular.
Se confirmada, a expulsão de Brentano seria a 4.ª relacionada a casos de uso ilegal de força letal por integrantes da Polícia Militar de Santa Catarina nos últimos seis anos.
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De acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública do Estado, a PM matou neste período mais de 300 pessoas.
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