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A Polícia Federal deflagrou, ontem, a Operação Corrieu, que desarticulou uma das maiores quadrilhas do Brasil responsável pelo desvio de cartões bancários utilizados em fraudes no país e no exterior.
Foram expedidos 28 mandados de prisão temporária e outros 30 de busca e apreensão nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão, São Paulo, Atibaia e Bom Jesus dos Perdões.
Corrieu é uma palavra derivada de Correios. A operação recebeu esse nome pela quadrilha ter o envolvimento de funcionários da empresa. Dois carteiros, que trabalhavam em São Vicente, tiveram as prisões decretadas. Outras 12 pessoas já foram detidas pela Polícia Federal e 14 estão foragidas.
Segundo dados colhidos da Federação Nacional dos Bancos (FEBRABAN) e de outros bancos envolvidos, estima-se que a quadrilha foi responsável por um prejuízo de R$ 5 milhões, mas as instituições financeiras acreditam que esse número pode chegar a R$ 20 milhões.
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Investigação
Os trabalhos da Polícia Federal iniciaram em junho de 2013. A investigação foi presidida pelo delegado Fábio Simões. A quadrilha agia com cartões bancários e em boletos de cobrança
“No caso dos boletos era um golpe muito apurado. O carteiro desviava do boleto e uma outra pessoa fazia a falsificação do código de barras, mantendo os dados originais. Ela devolvia a correspondência para o carteiro, que entregava para o destinatário. Esse destinatário pagava a conta achando que iria cair na cobrança, mas o dinheiro ia para uma conta clonada e era imediatamente retirado pela facção”, explicou Simões.
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Com os cartões, a organização tinha uma estrutura montava com equipamentos para clonagem, identificação de senhas e até uma central telefônica para enganar clientes dos bancos.
“Os cartões eram vendidos em grande quantidade. Um braço da quadrilha se encarregava de conseguir os dados dos titulares. Eles ligavam para a vítima e uma atendente solicitava a confirmação de dados. Ao final, as vítimas digitavam a senha pelo telefone. Essa senha era captada por um aparelho. Com a posse do cartão e a senha, a quadrilha realizava uma ligação para o banco e realizava o desbloqueio. Depois seguiam para um caixa eletrônico para o saque ou pegar empréstimos”.
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Organização
De acordo com Fábio Simões, a quadrilha era uma verdadeira empresa. “Ela tinha um RH verdadeiro e recrutava funcionários. Sempre em busca de cooptar carteiros para o crime organizado. Assim como ela recrutava moças para que fizessem essas ligações telefônicas”.
Segundo o delegado, os membros da organização criminosa não gastavam ou ostentavam o dinheiro, mas faziam investimentos. em equipamentos.
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Dos 28 mandados de prisão expedidos, 15 são para a região metropolitana de São Paulo, 11 para a Baixada Santista e 2 para a região da Campinas. Todos foram indiciados por formação de quadrilha, crime organizado, falsificação de documentos e furto mediante fraude.
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