Operação da PM em Guarujá / Divulgação
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O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Cláudio Silva, disse que não conversou com o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, sobre as mortes na Operação Escudo na Baixada Santista. A pasta diz que está em contato com o órgão.
Na quinta (28), o soldado Patrick Reis, da Rota, foi baleado e morreu no Guarujá. Em seguida, ao menos 13 pessoas morreram em ação policial.
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O ouvidor afirma que, até o momento, não recebeu nenhum contato do secretário Derrite. "Não recebi nenhuma ligação do secretário Guilherme Derrite, gostaria de ter recebido. Como a situação tende a se agravar, seria muito importante ter uma reunião conjunta com a secretaria, com o Comando Geral para pensar nos caminhos", afirmou Silva.
Uma reunião estava marcada para a manhã de segunda-feira (31) com uma pessoa da equipe do secretário, segundo Silva. Ele diz que o encontro não ocorreu. "Fomos informados que uma pessoa ia nos receber às 10h. Quando chegamos lá, com a Comissão de Direitos Humanos da OAB, disseram que a pessoa designada não estava pautada para a reunião."
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A governo confirmou, até o início da tarde de terça (1), 13 mortes. Os números confirmados pelo governo e pela Ouvidoria divergem desde a segunda, quando o órgão havia confirmado 10 mortes e o governo, oito.
Derrite afirmou ontem à GloboNews que a equipe da secretaria tentou entrar em contato com a Ouvidoria. "Minha equipe está atendendo a Ouvidoria desde o início da morte policial durante a operação."
"Hoje mesmo a assessoria parlamentar da Secretaria da Segurança Pública recebeu aqui membros da Comissão de Direitos Humanos. Salvo engano, membro da Ouvidoria. A nossa relação é transparente", disse Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública, em entrevista ontem à GloboNews.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou ao UOL que "uma equipe da SSP tomou a iniciativa de entrar em contato com a Ouvidoria a fim de esclarecer a discrepância entre o número de mortos anunciado na segunda-feira". Em nota, a pasta disse que "as equipes conseguiram encontrar o erro na contagem da Ouvidoria e ambas chegaram à conclusão de que eram oito mortos até então. Depois desse contato, que partiu da SSP, a pasta não recebeu nenhuma tentativa de contato do ouvidor."
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'PESSOAS ATERRORIZADAS'
Moradores do Guarujá estão aterrorizados com ações da polícia, segundo o ouvidor. "Estive ontem no Guarujá e o clima é de aterrorizamento. As pessoas estão aterrorizadas, amedrontadas sem coragem de se manifestar publicamente sobre o que está acontecendo. Espero que a gente consiga mobilizar mais entidades."
Em coletiva de imprensa, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou o ataque contra os policiais como "inadmissível" e parabenizou o trabalho de investigação da polícia. Ele afirmou estar "satisfeito". O ouvidor de polícia afirmou que "não se pode considerar 'normal' o que está acontecendo no Guarujá'".
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"Não tem nada normal acontecendo no Guarujá. Não posso imaginar que num lugar em que morreram 10 pessoas em quatro ou cinco dias esteja acontecendo uma coisa normal. O histórico daquela cidade não é esse. As mortes por intervenção policial não passam de 30 por ano no Guarujá. Isso não pode ser considerado normal", disse Cláudio Silva, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo.
IMAGENS DE CÂMERAS DE SEGURANÇA
A Ouvidoria pediu imagens das câmeras acopladas em uniformes policiais e de câmeras nos locais em que ocorreram as mortes. "Pedimos as imagens das câmeras dos uniformes e do entorno dos locais em que ocorreram as mortes. Já foi feito o pedido para a Polícia Militar e para a Civil", disse Silva.
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O uso das câmeras instaladas nos uniformes deve ser ampliado para todo os batalhões do Estado, segundo o ouvidor. "Elas também ajudam no sentido de garantir que os policiais que atuam na legalidade sejam protegidos, uma vez que eles ganham pouco e quando acusados de alguma ilegalidade que possam não ter cometido tenham conteúdo probatorio para sua defesa."
NOVA IDA AO GUARUJÁ
O ouvidor disse que estará novamente na quarta-feira (2) no Guarujá para acompanhar relatos de moradores e familiares de pessoas que morreram após intervenção policial. "O objetivo é mais uma vez ter uma noção in loco das dinâmicas que estão ocorrendo naquela cidade e se possível ouvir de moradores e familiares em que nível está a relação da política de segurança pública com as comunidades."
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Silva disse que a Ouvidoria recebe denúncias relacionadas à Polícia Militar, Civil e Científica. Em outras ocorrências, como nas da Guarda, o órgão não atuam. Com as informações, o ouvidor afirma que o órgão busca "lastros dessas informações nos registros da Polícia Civil e no IML".
Depois, os casos são analisados. Em situações de mortes por intervenção policial, a Ouvidoria aciona a Corregedoria das Polícias. "Pedimos as câmeras e emitimos ofícios solicitando a cópia dos laudos."
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