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O Ministério Público Federal em São Paulo denunciou nove pessoas por tráfico internacional de drogas e associação para o crime. Uma delas também poderá responder por contrabando de armas. O grupo exportava cocaína oriunda de países vizinhos ao Brasil para a Europa. A droga era transportada até o estado de São Paulo, de onde saía via Porto de Santos.
Sete dos acusados já estão presos preventivamente, um está foragido e outro é de nacionalidade portuguesa. As prisões foram efetuadas em março durante a chamada Operação Hulk, parceria do MPF com a Justiça Federal e a Polícia Federal. Os mandados foram solicitados pela PF e, com a concordância da Procuradoria da República em São Paulo, foram emitidos pela Justiça.
O inquérito aponta que dois dos denunciados eram responsáveis pela compra da cocaína possivelmente na Bolívia e no Paraguai. Eles negociavam a droga no Brasil com outros dois envolvidos. A estes estariam subordinados mais quatro criminosos, aos quais cabia auxiliar no transporte e na armazenagem do produto e na remessa da carga em contêineres pelo Porto de Santos. Na Europa, um receptor atuava na conclusão do processo de exportação.
Apreensão
As investigações começaram em maio de 2013, quando, a partir de uma denúncia anônima, um caminhão foi interceptado na rodovia Raposo Tavares, em Cotia, na região metropolitana de São Paulo. Nele, os policiais encontraram 293 quilos de cocaína, dois fuzis automáticos, 17 pistolas semiautomáticas e munição. Na ocasião, duas pessoas foram presas.
“A significativa quantidade de entorpecentes e armas apreendidas denotava claramente a existência de um grupo de pessoas (articuladas entre si) a financiar, dar suporte e a beneficiar-se diretamente daquela traficância, no que aquelas duas pessoas presas não passavam de meras transportadoras (ou 'mulas') dos bens ilícitos apreendidos”, diz a denúncia.
Ao longo da apuração, outras duas interceptações foram feitas no interior do estado e no porto. Após as três ações, mais de 500 quilos da droga foram retidos. A atuação do grupo, porém, pode ter envolvido até uma tonelada do produto entre o início da investigação e fevereiro deste ano. Em outras três negociações, embora não tenha havido apreensão do material, a troca de mensagens entre os bandidos, monitorada legalmente pela PF, revelou a prática do crime e o envolvimento da quadrilha.
O MPF pede que os denunciados sejam condenados segundo o que está previsto nos artigos 33 e 35 da Lei 11.343/06, que define crimes relacionados ao tráfico de drogas. Por se tratar de tráfico internacional, o MPF quer que a pena seja aumentada de um sexto a dois terços, segundo o inciso I do artigo 40 do mesmo texto legal.
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