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O Ministério Público Federal em Santos ofereceu uma série de denúncias contra 43 pessoas de uma megaquadrilha que exportava drogas pelo porto da cidade. O grupo foi alvo da chamada Operação Oversea, deflagrada no fim de março.
Interceptações da Polícia Federal levaram à apreensão de mais de três toneladas de cocaína que o bando comercializou entre julho de 2013 e março de 2014. Entre os denunciados, 25 já estão presos.
As investigações demonstram uma extensa ramificação da quadrilha, cujas atividades envolveram inclusive o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que atua dentro e fora dos presídios paulistas. São identificadas duas células principais do grupo. Uma era responsável pela aquisição da droga em países vizinhos, como Bolívia e Colômbia, e o envio ao exterior, sobretudo à Europa. A outra cuidava da logística no terminal portuário, com atuação em diversos pontos de embarque.
Remessa
Uma das apreensões realizadas ao longo da apuração deixa claro o procedimento que os criminosos adotavam. Após sete meses de negociações, em dezembro de 2013, uma carga de 140 quilos de cocaína estava pronta para ser enviada ao porto de Las Palmas, na Espanha. Com a ajuda de um funcionário de um grande frigorífico, a quadrilha escondeu a mercadoria dentro de um dos contêineres da empresa. Um funcionário do Porto de Santos também foi cooptado para burlar a fiscalização e liberar a partida do carregamento.
O monitoramento da troca de mensagens entre os bandidos, legalmente autorizado, permitiu a interceptação da carga antes que fosse enviada ao exterior. Ninguém foi preso na ocasião. Apesar dessa e de outras intervenções policiais anteriores, a quadrilha continuou atuando no porto paulista. Somente naquele mês de dezembro, ocorreram outras duas grandes apreensões, o que, segundo os investigadores, demonstra o poderio econômico e a capacidade de movimentação do bando.
A participação de integrantes do grupo foi identificada em pelo menos 18 ações ilegais. O MPF pede que a Justiça Federal condene os denunciados por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e constituição de organização criminosa.
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