Polícia
Até o momento, de acordo com a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, foi possível identificar quatro PMs que tiveram participação ativa nas torturas que mataram Amarildo
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Ao fazer um aditamento à denúncia e acrescentar os nomes de 15 policiais militares supostamente envolvidos na morte do pedreiro Amarildo de Souza, de 43 anos, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) detalhou nesta terça-feira, 22, as conclusões da investigação sobre o caso. Até o momento, de acordo com a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, foi possível identificar quatro PMs que tiveram participação ativa nas torturas que mataram Amarildo, desaparecido desde 14 de julho, após ser levado por policiais até a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na capital fluminense.
A partir do relato de cinco PMs que ficaram dentro de um contêiner e colaboraram com a investigação prestando depoimento, foi possível ouvir de dentro da estrutura de metal a sessão de suplício e reconhecer vozes que indicam a presença ativa do soldado Anderson Maia, do tenente Luiz Medeiros, do soldado Douglas Vital e do sargento Reinaldo Gonçalves.
De acordo com Eliza, a sessão de tormento aconteceu atrás do equipamento da UPP, no alto da favela da Rocinha. O pedreiro teria sido submetido a afogamento, com a cabeça dentro de um balde d'água, asfixia com saco plástico e choques elétricos com pistola Taser, de uso restrito e controlado pelo Exército. Ainda segundo a promotora, o corpo teria sido retirado pelo telhado e enrolado pela capa da motocicleta de um dos PMs, atada com fita-crepe. O MPRJ não conseguiu avançar nas apurações sobre o destino dado ao cadáver de Amarildo.
Denúncias
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Do total de 25 PMs denunciados até agora, oito foram enquadrados por omissão - teriam condições de parar a tortura e nada fizeram para cessá-la. Houve ainda 17 acusados por ocultação de cadáver, quatro por fraude processual e 13 por formação de quadrilha. Eliza afirma que o major Edson dos Santos, comandante da UPP na época do crime, cometeu fraude por duas vezes: uma, quando teria forjado um telefonema atribuído ao traficante Catatau em que ele diz ter sido responsável pela morte do pedreiro e outra por ter, supostamente, jogado óleo sobre o piso da área onde a sevícia ocorreu, para despistar a perícia em busca de gotas de sangue no local.
No caso da ligação de Catatau, os peritos descobriram que a voz que seria dele era, na verdade, de um policial, que ligara para um número que Santos sabia estar grampeado para imputar aos traficantes a morte de Amarildo. Na análise da promotora, o major liderava a quadrilha e estava na sede da UPP durante todo o tempo que o pedreiro era torturado. O corregedor da Polícia Militar, Cezar Augusto Tanner, que estava ao lado dos promotores do Ministério Público, afirmou que "os PMs envolvidos vão parar de trabalhar a partir de agora" e elogiou o trabalho dos representantes do MPRJ.
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