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O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou criminalmente o delegado José Júlio Figueiredo Liza sob a acusação de tentar matar o morador de rua Celso Barbosa Pereira. Pereira estaria embriagado e cantava em frente da casa do policial. Irritado com a cantoria, José Júlio saiu na varanda de seu sobrado e disparou cinco vezes em direção da vítima. Acabou preso em flagrante.
A denúncia é assinada pelo promotor Rodrigo Merli Antunes. De acordo com ele, o delegado começou o crime por motivo fútil e não deu chance defesa para a vítima. “O denunciado agiu assim apenas pelo fato de o ofendido estar dançando e cantando em frente de sua residência, causando assim um pequeno barulho que lhe incomodou”, afirmou o promotor em sua denúncia.
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O advogado do delegado não foi encontrado ontem. O crime ocorreu no dia 31 de julho de 2014, na Rua Maria Primo de Jesus, na Vila Galvão, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
De acordo com a denúncia do MPE, o morador de rua havia “ingerido um pouco de bebida alcoólica”. Ele dançava e cantava na rua em companhia de sua mulher, Márcia Silvério. A arma usada pelo acusado para efetuar os disparos foi um revólver de propriedade da Polícia Civil.
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Após verificar ter acertado o alvo, o delegado, segundo a denúncia, voltou para dentro de sua casa “e nada fez para socorrer a vítima”. A casa do delegado fica perto de uma base da Polícia Militar. Após ouvir os disparos, os policiais foram verificar o que estava acontecendo e encontraram a vítima baleada.
Foram eles que levaram o morador de rua para um hospital - uma das balas havia atingido o rosto da vítima. A bala atravessou a cabeça de Pereira, saindo na região da nunca. A mulher do morador de rua apontou aos policiais de onde haviam partido os disparos. Os PMs foram até a casa do delegado e acabaram dando voz de prisão em flagrante ao policial civil.
“O delito contra a vida aqui mencionado somente não se consumou por circunstâncias alheias à vontade do agente, eis que apesar de praticamente ter descarregado o revólver que portava, não logrou êxito em acertar a vítima por inúmeras vezes (erro de pontaria), tendo ela ainda sido socorrida por terceiros”, escreveu o promotor. Ele pediu à Vara do Júri de Guarulhos que a prisão do delegado fosse mantida durante o processo a fim de garantir a ordem pública e a instrução penal.
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