Polícia

Mortes provocadas pela polícia aumentam 40% no Rio de Janeiro

Segundo a coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, Silvia Ramos, as mortes são resultado de uma polícia que atira mais

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 24/01/2015 às 16:45

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

As mortes provocadas pela polícia do Rio de Janeiro cresceram 40% entre 2013 e 2014, segundo dados divulgados pelo  Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Segurança. Em 2013, os policiais mataram 416 pessoas. Já no ano passado, esse número subiu para 582.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Segundo a coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec) da Universidade Candido Mendes, Silvia Ramos, as mortes são resultado de uma polícia que atira mais. Ela disse que a polícia fluminense deveria planejar melhor suas ações, para diminuir os confrontos com criminosos.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• São Paulo atinge menor taxa de homicídios

• Rota prende suspeito de chefiar quadrilha com R$ 570 mil em casa

• TJ-SP abre ação criminal contra Procurador de Justiça por falsificação

“Policial atirando nunca é bom. Policial só tem que atirar em último caso, para proteger sua própria vida. Muitas vezes o policial tem que atirar porque entrou no meio dos bandidos. Vale a pena entrar no meio de bandidos, no horário de escola, num sábado à noite, quando a rua está cheia? Não. Seria melhor planejar a operação, de forma que não resultasse nos bandidos tendo que atirar na polícia e a polícia tendo que atirar nos bandidos para se defender? De que adiantam essas operações? São milhares de operações. Na Vila Aliança [em Bangu] tem operação todo dia. E adianta de quê?”, questiona.

Silvia Ramos disse que quando a polícia atira mais, há não só um aumento das mortes provocadas pelos próprios policiais como, também, uma intensificação da violência no estado e efeitos colaterais, como as balas perdidas.

Continua depois da publicidade

“Quando a polícia aperta mais o gatilho, você tem mais tiroteio, mais gente morrendo, mais arma circulando, mais confronto. Só nos últimos dias, tivemos seis ou sete casos de pessoas totalmente desligadas do mundo do crime sendo atingidas por balas perdidas”, disse a professora.

Segundo os dados do ISP, a taxa de letalidade violenta no Rio de Janeiro (dado que inclui assassinatos, latrocínios e as mortes cometidas por policiais) cresceu 6,8% entre 2013 e 2014.

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Segurança informou que não poderia comentar o assunto hoje.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software