Polícia

Milícia desarticulada no Rio controlava 1.600 imóveis do Minha Casa, Minha Vida

A quadrilha obrigava os moradores a pagar por segurança, taxa extra de luz, televisão a cabo clandestina e cestas básicas

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 07/08/2014 às 15:19

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Uma milícia desarticulada hoje (7) pela Polícia Civil e pelo Ministério Público controlava pelo menos seis condomínios construídos pelo programa de habitação do governo federal Minha Casa, Minha Vida, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Alexandre Capote, o controle do grupo se estendia a 1.600 unidades habitacionais, atingindo cerca de 5 mil pessoas.

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A quadrilha obrigava os moradores a pagar por segurança, taxa extra de luz, televisão a cabo clandestina e cestas básicas (vendidas pelo triplo do preço de mercado). Aqueles que se negavam a pagar à quadrilha eram expulsos do condomínio. Os imóveis das pessoas expulsas eram alugados ou vendidos.

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“Os síndicos desses condomínios foram cooptados e, a partir dessa cooptação, eles conseguiram extorquir, expulsar e assassinar moradores com o fim de revender esses imóveis conquistados por aquelas pessoas”, disse Capote.

De acordo com a polícia, os moradores expulsos continuavam a pagar à Caixa Econômica Federal, mas não podiam voltar para seus apartamentos. Aqueles que tentavam recuperar os pertences deixados no imóvel eram espancados ou até mortos. As pessoas que compravam os apartamentos tomados pela milícia não tinham nenhum documento oficial de propriedade. A Caixa Econômica Federal, responsável pelos financiamentos dos imóveis, não quis comentar o caso.

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A Justiça expediu mandados de prisão preventiva contra 27 pessoas, entre elas dois homens já presos, suspeitos de comandar o grupo: os ex-policiais militares Toni Ângelo Souza Aguiar, preso em julho de 2013, e José de Lima Gomes, preso ontem.

Até o final da manhã, 19 pessoas haviam sido presas, entre elas um homem flagrado com uma pistola tentando ajudar um dos suspeitos a fugir. Dos 27 suspeitos, cinco são policiais militares, quatro ex-policiais militares, um bombeiro, um policial civil, um agente penitenciário e um militar. As corregedorias das polícias e da Secretaria de Administração Penitenciária ajudaram nas investigações.

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