Polícia

Metade dos detentos de São Paulo é reincidente, mostra estudo

A pesquisa foi feita entre os dias 24 de julho e 6 de agosto do ano passado e analisou o perfil de 751 presos de dez unidades prisionais

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 24/03/2014 às 15:45

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Um em cada dois detentos de São Paulo já teve algum familiar preso e é reincidente, ou seja, foi condenado por algum outro crime ou conviveu, em sua infância, com pais dependentes de álcool. Isso é o que apontou o relatório Crime, Segurança Pública e Desempenho Institucional em São Paulo, que traça um panorama sobre as unidades prisionais paulistas.

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O relatório foi coordenado, no Brasil, por José de Jesus Filho, da Pastoral Carcerária e doutorando em Administração Pública e Governo da Fundação Getulio Vargas/Eaesp. O estudo é parte de um projeto de pesquisa internacional chamado Populações Carcerárias na América Latina que também foi desenvolvido na Argentina, Peru, México, El Salvador e Chile.

A pesquisa foi feita entre os dias 24 de julho e 6 de agosto do ano passado e analisou o perfil de 751 presos de dez unidades prisionais em São Paulo. Segundo ela, um em cada quatro detentos pesquisados tinha fugido de casa antes de completar 15 anos de idade. Entre estes, 35,5% tomaram a atitude em decorrência de violência familiar. Outros motivos citados foram o alcoolismo ou pais (10,8%) envolvidos com drogas.

Um em cada dois detentos de São Paulo já teve algum familiar preso e é reincidente (Foto: Divulgação)

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“Infere-se que as condições familiares e os lares onde cresceram os condenados são de negligência e marginalidade. São cada vez maiores os índices de violência, de consumo de drogas e de álcool, de abandono, de desistência escolar, de ingresso precoce na economia informal”, conclui o estudo.

A maior parte dos detentos (40% do total) foi presa por roubo, seguido por porte ou tráfico de drogas (30%), crimes sexuais (16%) e homicídio (11%). No caso de tráfico de drogas e porte de armas, a grande maioria dos crimes foi cometido por mulheres (66% dos casos).

Segundo o relatório, a maioria dos presos é jovem e tem entre 25 e 29 anos. Quase a totalidade deles é homem (cerca de 5% são mulheres). Sete em cada dez entrevistados tinha filhos e 30% deles não trabalhavam antes de estarem presos. A maioria dos detentos, 83,7% do total, não conseguiu concluir o ensino médio.

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