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Ex-cabo eleitoral do presidente da Câmara de Cubatão, Wagner Moura (PT), Wilson dos Santos, o Neco, de 44 anos, foi preso na tarde de ontem pela Polícia Civil, sendo o 11º acusado capturado por envolvimento no sequestro de duas filhas do parlamentar.
Neco é apontado como mentor do delito, que durou 38 dias. Ele é pai do acusado Erick Mateus Santana dos Santos, o Cueca, que foi um dos três participantes do arrebatamento das duas jovens, em 6 de junho.
Assim como os demais acusados, Neco tinha contra si a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça. Ele não foi localizado na operação realizada na madrugada de segunda-feira, mas acabou encontrado em Cubatão por policiais da Delegacia Sede de Município, que o conduziram à Delegacia Especializada Anti-Sequestro (Deas), onde foi formalmente indiciado, sendo posteriormente recolhido à cadeia anexa ao 5º Distrito Policial de Santos (Bom Retiro).
Segundo o delegado Aldo Galiano Júnior, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior-6 (Deinter-6), Neco e Wagner Moura romperam relações profissionais devido a um atrito no primeiro semestre. Em uma sessão plenária da Câmara de Cubatão, cerca de duas semanas antes do sequestro, Neco teve um desentendimento com Moura, houve tumulto e seguranças o retiraram da sessão.
Enquanto era retirado, de acordo com Galiano Júnior, o ex-cabo eleitoral ameaçou Moura bradando que o parlamentar “iria chorar lágrimas de sangue”. O episódio foi consignado em ata da Câmara.
Conforme Galiano Júnior, Neco chefiou a ramificação do grupo criminoso que fez o arrebatamento das duas vítimas, de 21 e 16 anos. Na sequência, o ex-cabo eleitoral providenciou o repasse das vítimas para a outra ramificação, responsável pela manutenção do cativeiro e negociações exigindo o resgate.
Após o pagamento do resgate no valor de R$ 202.000, ainda segundo o diretor do Deinter-6, Neco já estava viabilizando o pagamento de dois veículos, cujos valores somados superam R$ 100 mil.
Solturas
Duas acusadas de envolvimento no sequestro capturadas durante operação foram soltas ontem, com aval do Ministério Público (MP) e da Justiça, por terem colaborado com as investigações, mas continuam respondendo pelo crime. São elas as irmãs Jacilene Nogueira Clementino e Jacira Nogueira Clementino.
A primeira é mãe de Karina Clementino da Silva, que permanece presa, e é namorada de Thiago dos Santos, um dos envolvidos com abastecimento do cativeiro. Ele também permanece preso.
De acordo com o delegado Galiano Júnior, Jacilene guardou objetos roubados da residência de Wagner Moura em sua residência e praticou destruição de prova ao se livrar dos objetos. A irmã Jacira tinha conhecimento do sequestro e da destruição de prova, ainda segundo o delegado, e manteve-se ocultando essas informações, o que colaborou com a conduta criminosa.
“Nos interessava a prisão temporária delas para esclarecer esses fatos. Elas foram indiciadas e vão responder o processo em coautoria, salvo entendimento do judiciário diferente”, assinalou o delegado.
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