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O principal do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Camacho, o Marcola, foi transferido nesta terça-feira, 11, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), da penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, no interior paulista. Além de Marcola, outros três integrantes da facção também foram para o RDD: Cláudio Barbará da Silva, o Barbará; Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden; e Luiz Eduardo Marcondes Machado, o Du Bela Vista.
Os quatro cumprem pena na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde estão detidos os principais líderes do PCC. A operação de transferência, realizada por volta das 13 horas, foi cercada por um forte esquema de segurança. Viaturas da PM e o helicóptero Águia acompanharam o comboio da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nos 42 quilômetros que separam os dois presídios.
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Agentes penitenciários, que estão em greve nos dois presídios, auxiliaram na remoção, apesar de as transferências de presos estarem suspensas entre as unidades devido à paralisação. "Este caso não foi uma transferência comum, foi uma questão de segurança, por isso, os agentes aceitaram cumpri-la", disse o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo.
A internação no RDD, determinada pelo Tribunal de Justiça (TJ) na noite de segunda-feira, 10, fora solicitada há 13 dias pela SAP e Secretaria da Segurança Pública, após o vazamento de um audacioso plano de fuga para libertar os quatro criminosos da P-2. O plano, que previa o uso de dois helicópteros e armamento pesado, foi descoberto por investigadores da SAP e do Ministério Público Estadual.
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Por enquanto, os quatro detentos vão cumprir 60 dias de prisão no RDD como medida cautelar, solicitada pelos juízes do TJ, enquanto não se julga o mérito da ação. Os advogados de defesa ainda podem recorrer e novas provas do plano de fuga serão analisadas pelo tribunal. Se na discussão do mérito ficar comprovado que os quatro tiveram culpa e precisam continuar no RDD, a internação poderá chegar a 365 dias.
Durante os 60 dias, os quatro criminosos ficarão isolados em celas individuais por 22 horas e poderão tomar sol, também individualmente, duas horas por dia. Eles também ficam proibidos de receber visitas íntimas e ter acesso a TV, rádio e jornais. Além disso, só poderão conversar com seus advogados por meio de um microfone, separados por um vidro.
Expectativa
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Autoridades do MP e da PM disseram que as próximas horas serão decisivas para saber se o PCC retaliará a internação de seus líderes com ataques ou rebeliões. Por isso, a SAP e o Sindasp estão pedindo atenção redobrada aos agentes, tanto na fiscalização das cadeias, com objetivo de se localizar possíveis salves, e nos deslocamentos de casa para o trabalho e vice-versa, para se prevenir de possíveis ataques da facção. A PM também está pedindo à corporação mais atenção nas operações e abordagens para se prevenir de possíveis ataques.
No entanto, investigadores do sistema disseram não acreditar na hipótese de ataques causados pela remoção. "Eles sabem que se houver retaliação, dentro ou fora do presídio, o período de 60 dias que eles ficarão no RDD, poderá se transformar em 365 dias", afirmou um investigador, se referindo à futura discussão do mérito do pedido de internação.
Um promotor criminal ressaltou o fato de que a internação poderá quebrar por algum tempo a cadeia de comando na facção. "Neste aspecto, o isolamento é benéfico, porque lá onde eles estão não terão como passar novas ordens para seus subordinados. Nem mesmo passar bilhete para advogados eles conseguirão", destacou.
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