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O laudo psicológico do Instituto de Criminalística aponta que Marcelo Pesseghini, de 13 anos, teve um surto psicótico quando matou os pais, a avó e a tia-avó, desencadeado por fatores como superproteção familiar e excesso de jogos violentos. A análise consta do inquérito enviado nesta sexta-feira, 06, ao Ministério Público.
Pelo laudo, os assassinatos ocorreram por volta de 0h30 de 6 de agosto. Depois de ir à escola, segundo a perícia, Marcelo se suicidou porque teria voltado à realidade e se arrependido dos crimes.
De acordo com a perita Vera Lúcia Lourenço, o estudante teve uma "alteração de pensamento" e passou a acreditar que era um "matador de aluguel", inspirado no jogo Assassin’s Creed. " "Todo o tempo que passava em jogos eletrônicos caracteriza uma fuga da realidade, limitando o contato social".
Segundo a perita, outro fator que levou ao distúrbio foi a educação dada pelos pais, o sargento da Rota, Luís Marcelo Pesseghini, e a cabo da PM, Andréia Bovo Pesseghini, que o colocaram em "um ambiente de banalização da morte" e sem limites em casa. Vera Lúcia tomou como base as testemunhas que disseram que o adolescente foi ensinado a dirigir e a atirar desde cedo. Isso causaria percepção de "ausência da lei".
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Seguindo a história do jogo, conforme depoimentos de colegas, Marcelo montou um grupo na escola chamado "Os Mercenários" e convidou outros adolescentes a matar os pais. Esses pensamentos violentos seriam persistentes, até que ele "confundiu fantasia e realidade".
Marcelo, sempre conforme a psicóloga forense, sofreria de psicose de adolescência e, no momento do crime, passava por um "estreitamento de consciência", que só terminou quando voltou da escola. "Quando se deparou com o ato cometido (os homicídios), entrou em estado de neurose e, não suportando a culpa, cometeu suicídio", afirmou Vera Lúcia.
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Alguns dos sintomas da psicose de adolescência são a perda de lógica e as ideias delirantes, mas nem sempre podem ser percebidos. Entre os fatores que levaram a esse estado psíquico estaria também a proximidade que o rapaz tinha da própria morte, já que era portador de uma doença degenerativa chamada de fibrose cística. Ao lado disso, contribuíram para o estado psíquico de Marcelo o seu acesso a armas e pouco contato com pessoas da sua faixa etária.
Crítica
Mas a descrição da psicóloga, com base nos mais de 48 depoimentos recolhidos pela polícia, já motiva críticas. A médica do garoto, Neiva Damaceno, que o acompanhou desde 1 ano de idade, disse à polícia que Marcelo "jamais transpareceu qualquer mudança de comportamento". Ela ficou "perplexa" com o caso e disse que a criança era afável e tranquila".
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