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Uma série de discussões entre um jogador de futebol e uma corretora de imóveis, vizinhos em edifício, teve desfecho trágico na noite de terça-feira. Gianluca Gerolamo dos Santos, de 20 anos, premeditou assassinar a vizinha, Iara Maria Matana, de 56 anos, e a surpreendeu quando ele chegava no apartamento, por volta de 19 horas, matando-a com facadas dentro do imóvel. O edíficio fica na Rua Mario Ribeiro, 1481, na Barra Funda, em Guarujá.
Detido por policiais civis, no início da manhã de ontem, no apartamento em que morava, o jogador – atleta no Navegantes, da terceira divisão catarinense – confessou o homicídio ao ser interrogado na Delegacia Sede da Cidade.
Ele relatou que os desentendimentos com Iara começaram há cerca de três meses, porque ela reclamava do barulho de discussões que ele tinha com a esposa. Gianluca disse que decidiu matar a corretora após saber que ela fez uma queixa sobre ele para o proprietário do imóvel em que residia.
Para consumar o homicídio, o atleta disse que usou cocaína e se muniu de uma faca do tipo peixeira. Ciente do horário que a vizinha costumava chegar em casa, ele ficou escondido na escadaria do 11º andar aguardando-a. No momento em que Iara chegava e abria a porta de seu apartamento, Gianluca a empurrou para dentro do imóvel.
Ela correu para a janela da sala do imóvel aos gritos e jogou duas almofadas, no intuito de chamar atenção para auxílio.
O jogador descreveu, em interrogatório, que tampou a boca da vítima com as mãos e desferiu as facadas no pescoço da vítima enquanto ela estava sentada no sofá.
Iara foi encontrada pela polícia despida. O acusado admitiu que tirou as roupas da corretora, mas afirmou que não cometeu abuso sexual.
Gianluca disse que após despir a vítima jogou óleo e condimentos sobre o corpo e cogitou atear fogo. Ele também afirmou que, após desistir da ideia, apagou as luzes do imóvel e usou mais cocaína.
Celular
Enquanto Gianluca ainda estava no apartamento, o celular de Iara tocou diversas vezes. Uma mensagem de texto enviada pela filha da corretora foi respondida pelo jogador. A resposta, que veio com erros de português, fez a filha da corretora desconfiar e acionar a polícia. Ela relatou que a mãe já havia se queixado sobre perseguição do vizinho.
Os investigadores da Delegacia Sede, chefiados por Paulo Carvalhal e pelo delegado Cláudio Rossi, investigaram o crime durante toda a madrugada de ontem para chegar ao autor.
Provas
Ao elucidarem o crime, os policiais civis descobriram que o acusado tentou se desfazer das provas de autoria, entre elas o celular da corretora.
Após consumar o homicídio, conforme apurou a polícia, Gianluca seguiu para seu apartamento, onde foi diretamente para o banheiro.
No recinto ele jogou as chaves do apartamento da vizinha no vaso sanitário e acionou a descarga. Ele tomou banho em seguida.
Devido ao celular da corretora continuar tocando, o jogador de futebol tentou inutilizá-lo colocando-o em um pote de creme e o molhando. Já a faca usada no homicídio foi colocada junto à louça suja da cozinha.
Após arremessar o telefone da vítima, pela janela, Gianluca deitou-se em um sofá e dormiu por cerca de 30 minutos. Pouco depois das 3h30, ele foi ouvido pela primeira vez pelos policiais, negando saber qualquer informação sobre o homicídio.
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