A nova denúncia contra João de Deus relaciona outras 44 vítimas / Reprodução
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O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, voltou a ser preso nesta quinta-feira (26), após ser apresentada contra ele a 15ª denúncia de prática de crimes sexuais.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) acusa o médium de cometer estupro de vulnerável envolvendo oito mulheres.
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João de Deus, que ficou famoso por atender celebridades na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), já estava em prisão domiciliar em Anápolis, no mesmo estado.
As condenações de João de Deus já somam 63 anos de prisão, referentes a crimes sexuais e porte ilegal de armas.
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A nova denúncia contra o médium relaciona outras 44 vítimas, conforme o MPGO. Porém, em razão de os crimes estarem prescritos "ou ter decaído o prazo de representação da ofendida, elas figuram como testemunhas, notadamente para reforçar a forma de agir do denunciado", diz a promotoria.
Os advogados do médium afirmaram que vão recorrer da decisão.
A denúncia é assinada pelo promotor de Justiça Luciano Miranda Meireles, que coordenou força-tarefa montada pelo MPGO em 2018 para apurar denúncias de crimes praticados pelo médium.
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Os crimes da 15ª denúncia contra o médium ocorreram entre 1986 e 2017 e envolvem vítimas dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Maranhão, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso e Espírito Santo.
Das 14 denúncias anteriores por crimes sexuais contra o médium, em 3 já houve condenação.
João de Deus recebeu pena de 40 anos de prisão por cinco estupros de vulnerável; de 19 anos e 4 meses de prisão por violação sexual mediante fraude, violação sexual mediante fraude tentada e dois estupros de vulnerável; e de 2 anos e 6 meses de prisão por violação sexual mediante fraude contra uma vítima.
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João de Deus também já foi condenado a 4 anos de prisão por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e posse irregular de arma de fogo de uso restrito. A primeira prisão do médium ocorreu em 16 de dezembro de 2018, depois de ele ser considerado foragido da Justiça.
A primeira condenação ocorreu um ano depois, em 19 de dezembro de 2019, que originou a primeira das três sentenças mencionadas.
Em nota, os advogados Anderson Van Gualberto de Mendonça e Marcos Maciel Lara, que representam João de Deus, afirmaram que a defesa recebeu a notícia da prisão "com espanto' e se mostra "estarrecida diante da flagrante ilegalidade da nova prisão".
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Segundo os defensores, a decisão da comarca de Abadiânia "atropelou conscientemente a outra decisão proferida anteriormente pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, que havia concedido prisão domiciliar humanitária ao requerente em 11 de maio de 2021".
A prisão domiciliar foi requerida e concedida com base no quadro médico de João de Deus, que tem "diversas doenças", segundo os advogados.
Os defensores afirmam que consideram "temerária a decisão", levando em conta que médium tem mais de 80 anos de idade, "situação que se agrava porque estamos em meio a uma pandemia da Covid-19, onde todos sabem que idosos, mesmo completando o processo vacinal, fazem parte do grupo de risco".
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