Polícia
O crime aconteceu na presença de PMs, conselheiros tutelares, testemunhas e da mãe de Fabrício, a técnica em enfermagem Vanessa Duarte, que trabalha na prefeitura de Guarulhos
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Moradores da pequena Gastão Vidigal, a 450 quilômetros de São Paulo, estão revoltados com a libertação de um homem que espancou a socos, até matar, um menino de 16 anos, na segunda-feira de carnaval, dia 3. O encarregado de produção Fabrício Avelino de Almeida, de 26 anos, só parou de bater no adolescente Renato Duarte Horácio depois de ele cair, já sem vida, na calçada, em frente da Delegacia de Polícia de Gastão Vidigal.
O crime aconteceu na presença de PMs, conselheiros tutelares, testemunhas e da mãe de Fabrício, a técnica em enfermagem Vanessa Duarte, que trabalha na prefeitura de Guarulhos e tinha decidido passar o carnaval com os dois filhos no sítio de uma amiga.
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Horácio foi morto porque, em companhia da mãe e do irmão, de 18 anos, fotografou o movimento da praça da cidade - queria levar as fotos como lembrança da viagem. PMs levaram Horácio, a mãe e o irmão para delegacia depois de receber denúncia de que pedófilos estavam fotografando crianças da cidade. A polícia constatou que não passava de um mal entendido e liberou o grupo, mas na saída, Almeida, que não tinha qualquer ligação com a ocorrência, passou a espancar o adolescente.
Almeida desferiu dois socos no menino, que foi colocado no carro da mãe. "Ele veio para cima do carro e o menino, acho que por medo, saiu pela outra porta, correndo para rua. Mesmo assim, ele foi atrás e encostou o menino no capô do carro de uma conselheira tutelar, passando a espancá-lo com socos na cabeça", contou a enfermeira Adriana Simonatto, dona do sítio e amiga de Vanessa. "Gritamos chamando a polícia e a mãe tentou apartar, mas também foi agredida com socos. E só parou quando o menino caiu no chão, sofrendo convulsões, praticamente sem vida".
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O agressor foi preso em flagrante por lesões corporais seguida de morte, mas ainda na segunda-feira de carnaval, o juiz José Manoel Ferreira Filho, plantonista na comarca de Votuporanga, concedeu liberdade a ele. O advogado Agenor Marquezini, disse que seu cliente esta em liberdade provisória por ter bons antecedentes e residência fixa, mas que não poderia falar sobre o caso até a divulgação do laudo da morte pelo Instituto Médico Legal (IML), que deve sair na terça-feira.
O delegado de polícia de Gastão Vidigal, Abelardo Alves Gomes, disse que se não houver fato novo, o agressor continuará em liberdade. Enquanto fica solto, os moradores da cidade se revoltam: "Não conseguimos compreender como uma coisa dessas aconteceu na nossa cidade. Pior ainda, como a Justiça mantém em liberdade uma pessoa que pratica um crime desses", disse a comerciante Luísa Lourdes Ribeiro."Este homem é conhecido da PM pela fama de briguento e valentão. Como pode estar em liberdade?", disse Adriana. A reportagem tentou falar com o juiz Ferreira Filho, mas não houve retorno das ligações.
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