Polícia
Não havia câmeras de segurança no local do crime. O câmpus fica em Ermelino Matarazzo, ao lado do Parque Ecológico do Tietê, às margens da Rodovia Ayrton Senna
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Um grupo de mais de dez homens armados rendeu 30 vigias e guardas universitários da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), da Universidade de São Paulo, mais conhecida como USP Leste, para roubar dois caixas eletrônicos na madrugada desta quarta-feira, 22. "Vamos lá para o auditório para fazer uma reunião", disse um dos bandidos aos funcionários, antes de imobilizá-los pelas mãos com fitas adesivas. Os seguranças ficaram deitados no chão da sala de eventos do câmpus por duas horas.
Não havia câmeras de segurança no local do crime. O câmpus fica em Ermelino Matarazzo, ao lado do Parque Ecológico do Tietê, às margens da Rodovia Ayrton Senna, e não tem patrulha da Polícia Militar. Segundo a Assessoria de Imprensa da EACH, a segurança interna não usa armas de fogo.
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A polícia ainda apura a quantia total roubada, que poderia ser de até R$ 200 mil. As vítimas - 20 homens e 10 mulheres - entregaram aos bandidos oito celulares e peças de suas roupas, principalmente jaquetas da empresa de vigilância. "Não sabemos o que eles vão fazer com isso", disse uma vigia de 40 anos, mantida como refém. Ela contou que foi surpreendia pelos criminosos no seu posto, perto da agência do Banco do Brasil, onde estavam os dois caixas eletrônicos abertos com um maçarico - um do mesmo banco e outro do Santander.
De acordo com a polícia, a quadrilha entrou na universidade e rendeu a equipe de segurança em vários pontos dos 258 mil metros quadrados do câmpus, das portarias até os caixas. Segundo depoimento de uma das vítimas, o bando deu sinais de que já conhecia a área.
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Dois dias antes, agentes universitários haviam percebido três veículos suspeitos no câmpus: um Honda Fit cinza, um Uno branco e um Gol preto. As placas foram anotadas, mas o registro foi levado pelos bandidos. A polícia agora tentará identificar os carros pelos depoimentos dos funcionários.
Segundo a assessoria da universidade, os ladrões fizeram refém primeiro uma equipe da base da Guarda Universitária. Em seguida, abordaram vigias que estavam em três outros postos, entre eles um localizado na interligação da Estação USP Leste da CPTM com o câmpus.
Segurança
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O delegado do 62.º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo), Leandro Rigobello, que investiga o acaso e trabalha há dez anos na região, disse já ter avisado a Reitoria da necessidade de instalar câmeras na área dos bancos, depois de uma ocorrência semelhante há quatro anos.
"Não sei por que eles não fizeram isso, disseram que era para proteger a privacidade dos universitários", afirmou Rigobello. Segundo ele, a região não registra muitas ocorrências.
Procurada pela reportagem, a direção da USP Leste não se manifestou sobre a falta de câmeras nos caixas.
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A instituição informou, porém, que há câmeras espalhadas em outras partes do câmpus. O Estado apurou que a administração da EACH não tem a intenção de modificar o esquema de segurança da unidade.