Polícia

Greve dos agentes penitenciários ganha força, mas pode ser suspensa

O número de unidades que aderiram ao movimento subiu de 80 para 88 e os agentes que cruzaram os braços já são 16 mil em todo o Estado

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 11/03/2014 às 20:05

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A greve dos agentes penitenciários de São Paulo ganhou força e foi marcada por tumultos nesta terça-feira, 11. O número de unidades que aderiram ao movimento subiu de 80 para 88 e os agentes que cruzaram os braços já são 16 mil em todo o Estado.

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Entretanto, o futuro do movimento seria discutido em 14 assembleias à noite, nas quais os grevistas votariam a proposta apresentada pelo Governo do Estado em reunião de negociação com o comando do movimento pela manhã. O governo concordou com redução de apenas uma classe na carreira (os agentes queria a redução de duas), com o pagamento do bico legalizado de R$ 160,00 e de estudar o pagamento de bônus em 30 dias.

A correção salarial de 20,64% e aumento real de 5% reivindicados pelos agentes não foram aceitos, mas o governo, sob pressão dos sindicalistas, aceitou montar uma comissão para estudar a correção em 60 dias. Na primeira reunião, encerrada por volta das 19h, a região de Presidente Venceslau, onde está a penitenciária que abriga os líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) votou pela continuidade do movimento. "O governo não apresentou uma proposta razoável", disse o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo. Para ele, a possibilidade maior era de que o movimento fosse continuar.

Mas dois diretores do sindicato disseram que uma terceira via também estava em votação. "Pode ser que os agentes decidam pela suspensão da greve por um determinado tempo para o governo apresentar outra proposta de reajuste de salários", disse o diretor jurídico Rozalvo José da Silva.

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tumultos.

A greve dos agentes penitenciários pode ser suspensa (Foto: Divulgação)

Na verdade, os diretores estavam preocupados com os tumultos registrados em diversas unidades nesta terça-feira, quando grevistas quase entraram em confronto com a Polícia Militar. "Hoje era dia do linhão e como as unidades não aceitam receber nem liberar presos, a coisa esquentou", disse Silva. O "linhão" é a união dos comboios de presos do Oeste Paulista, que saem de cada presídio e se encontram em Martinópolis.

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De lá, formam um grande comboio para levar presos para audiências em fóruns da Capital e Grande São Paulo. "Enquanto esperam audiência, os detentos ficam detidos em presídios da região metropolitana", explicou Silva.

Em Martinópolis, os agentes em greve impediram que 14 caminhões e um ônibus com mais de cem presos retirasse e deixasse detentos na penitenciária.

A PM foi chamada, houve bate-boca, mas a situação se resolveu com a liberação de alguns detentos. Em Dracena e Presidente Prudente, a situação se repetiu. Em Prudente, os agentes colocaram um tubo de concreto para impedir que um caminhão deixasse o presídio com detentos. Em Pinheiros agentes em greve também se confrontaram com outros agentes que chegavam com detentos. A saída foi deixar os detentos em uma unidade que não participava da greve.

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