O caso foi registrado no 3º DP de Santos / Nair Bueno/ DL
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Mesmo em tempos de redes sociais e de acesso fácil a centenas de ferramentas de informação, o velho e conhecido golpe do 'bilhete premiado' fez mais uma vítima em Santos. O caso ocorreu no último dia 20 e a idosa perdeu R$ 100 mil.
A polícia santista investiga o caso, registrado no 3º Distrito Policial de Santos, como estelionato - fraude que induz alguém a uma falsa concepção de algo com o intuito de obter vantagem ilícita para si ou para outro.
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A vítima foi uma idosa de 70 anos. M.O.C estava na Rua Enguaguaçú, próxima do Complexo Rebouças, na Ponta da Praia, por volta das 13 horas. Ela estava entrando em seu veículo quando foi abordada por um homem que iniciou uma conversa. Ele pediu a ela uma informação sobre um endereço.
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Sem que ela pensasse muito, chegou uma mulher (cúmplice do homem) que se prontificou a ajudá-lo. A idosa ficou ouvindo o homem contar que estava com o bilhete da Quina premiado e, em razão de ser testemunha de Jeová, não poderia receber o prêmio.
No entanto, revelou para a mulher, sempre ouvido atentamente pela idosa (vítima), que poderia receber o valor de outra forma. A mulher (cúmplice do golpe) propôs que ambas comprassem o bilhete por R$ 200 mil. Ou seja, a idosa arcaria com metade de compra (R$ 100 mil).
LOTÉRICA.
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Tudo combinado, todos se dirigiram à lotérica localizada na Avenida Epitácio Pessoa, ao lado do Supermercado Pão de Açúcar, onde a mulher (golpista) foi verificar a legitimidade do bilhete. Na volta, 'confirmou' a validade à idosa.
Sem desconfiar de nada e acreditando que iria ajudar o pobre homem, a idosa se dirigiu até sua agência bancária (Banco do Brasil) e, na boca do caixa, efetuou uma transferência de R$ 100 mil em favor do golpista que ficou com sua comparsa aguardando no carro da vítima, do lado de fora da agência.
Feita a operação, todos se dirigiram para o bairro da Pompéia. A mulher disse que iria pegar a sua parte (R$ 100 mil) em dinheiro com um primo para entregar ao homem favorecido pela transferência pela idosa. A mulher voltou com um pacote fechado (supostamente com a quantia em dinheiro) e o entregou ao comparsa, dizendo para todos que sua parte estava paga.
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Feito isso, orientou a idosa a fazer o mesmo. Ir até o suposto primo para pegar os R$ 100 mil em dinheiro para cobrir a quantia que havia sido transferida para o golpista. Contudo, não encontro o tal primo e, quando retornou ao carro, constatou que o casal havia sumido.
ADVOGADO
O advogado Hemilton Carlos Costa, que está acompanhando o caso da idosa, afirma que a população precisa ser esclarecida que golpes semelhantes acontecem há décadas e sempre procuram vítimas com o mesmo perfil: idosos, fragilizados e muitas vezes psicologicamente indefesos.
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"Pessoas de bom coração e sem malícia que, as vezes, retiram extratos bancários sem perceber que golpistas estão ao lado de olho nos valores impressos", explica.
No caso específico, o advogado acrescenta que a idosa vítima do golpe estava fragilizada pois havia acabado de perder a mãe e tinha dinheiro guardado no banco para situações emergenciais. Ela também teria um irmão enfermo, numa cama, prestes a fazer um cirurgia de alto risco.
"Tudo isso contribuiu para que ela ficasse desatenta. Estou pedindo à polícia investigue o banco, por intermédio das imagens das câmeras. Já sabemos que há mais pessoas envolvidas além do casal golpista, que vieram em outros carros. Ou seja, deve ser uma quadrilha especializada no golpe".
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O advogado também pede que seja investigado o banco digital, para que confirme o nome do cliente (golpista) - impresso no papel de transferência do dinheiro que ficou com a idosa - que deve ter não só nome como uma conta falsa, que permite a transferência para uma conta real. Ou seja, que se faça um rastreamento eletrônico para tentar localizar os infratores.
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