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"Não há nenhum acordo, não houve nenhum acordo e não haverá enquanto for o governador, Geraldo Alckmin, e eu for o secretário da segurança." Foi desta forma que Alexandre de Moraes reagiu nesta segunda-feira, 27, ao ser questionado sobre o suposto acordo feito em 2006 entre o Palácio dos Bandeirantes e Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), para por fim à onda de ataques da facção criminosa.
Uma reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, feita com base no depoimento de um delegado da Polícia Civil à Justiça revela que ele e representantes do então secretário estadual de Segurança Pública na época, Saulo de Castro Abreu Filho, hoje na Casa Civil do Palácio dos Bandeirantes, e o ex-secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furokawa, fecharam um acordo com Marcola dentro do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, no interior paulista.
A pauta da reunião foi a rendição dos criminosos, desde que a integridade física deles e do líder fosse mantida. O encontro foi autorizado pelo ex-governador Claudio Lembo. Ele substituiu Alckmin que na época tinha renunciado ao cargo à corrida presidencial.
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"O governo do Estado de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin, a Secretaria de Segurança Pública e eu, nós não fazemos nenhum acordo com bandido, não fazemos nenhum acordo com criminosos, sejam eles de facção criminosa, sejam eles de não facção criminosa", disse o secretário Moraes, durante a coletiva de imprensa para apresentar os indicadores da criminalidade. Ainda segundo ele, os principais líderes do PCC estão presos em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
O Palácio dos Bandeirantes afirma que o depoimento do delegado "não fala em acordo" e questiona a reportagem. "Que acordo é esse que manteve no RDD, em regime de isolamento total, os líderes da facção criminosa? Que vantagens teria obtido a facção criminosa além de um confronto nas ruas no qual 800 criminosos foram presos e 100 perderam a vida?", perguntou o Palácio dos Bandeirantes, em nota.
Ainda de acordo com a gestão Alckmin, "o fato de o Estado ter concordado em não haver represália contra os presos não significa acordo. É obrigação do Estado não fazer represálias. E como lembrou o governador à época, Claudio Lembo, comprovar que presos não haviam sido torturados e estavam em boa condição de saúde."
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