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Um fotógrafo de 53 anos, morador de Botafogo, compareceu à Delegacia de Homicídios e reconheceu o menor que, de acordo com a Polícia Civil, participou da morte do médico Jaime Gold, de 56 anos, na última terça-feira, 19, como um dos assaltantes que levaram sua bicicleta em um ataque em 30 abril.
O fotógrafo afirmou ter desconfiado a partir das imagens do menor divulgadas na imprensa, mesmo com o rosto escondido. "Eu percebi pela forma de andar", disse. Segundo ele, a ação foi semelhante à que sofreu quando pedalava no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio, naquela data: o adolescente e um outro rapaz andavam em uma só bicicleta, emparelharam com a bicicleta da vítima, um modelo comprado por R$ 1,3 mil em outubro do ano passado, e pediram que ele parasse.
"Eles emparelharam a bicicleta por trás e falaram 'para, para'", relatou. Para fugir dos assaltantes, a vítima saiu da ciclovia, foi para uma pista do Aterro do Flamengo e acabou atropelada por um ônibus. Os dois meninos, então, aproveitaram que o fotógrafo estava desorientado e levaram sua bicicleta. Pelo menos um deles estava armado com uma faca de cozinha, e acabou ferindo o homem em um dos dedos da mão direita.
Atendido no Hospital São Lucas, em Copacabana, na zona sul, o fotógrafo sofreu duas fraturas no rosto, embaixo do olho direito o que deixou uma cicatriz. Com medo e sem poder fazer movimentos bruscos por causa do ferimento, o fotógrafo só voltou a caminhar pelo Aterro nos últimos dias. "Ele ficou muito abalado, não está normal até hoje. Também não sabe como vai ficar o rosto, se vai fazer plástica", afirmou a mulher do fotógrafo, uma empresária de 57 anos. Ele prestou depoimento na Delegacia de Homicídios.
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Bicicletas
A recuperação de 16 bicicletas por agentes da Delegacia de Homicídios em duas operações na quinta-feira, 21, sendo uma delas a que apreendeu o adolescente, gerou uma peregrinação de vítimas deste tipo de roubo à DH. Segundo policiais, ao menos 10 pessoas procuraram a unidade, presencialmente ou por telefone, depois da divulgação das imagens das bicicletas apreendidas.
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Segundo investigadores, as comunidades de Manguinhos, onde o menor de idade morava, e Jacarezinho, ambas na zona norte, funcionam como um centro de receptação de bicicletas roubadas. Os modelos esportivos mais modernos e os importados são os procurados pelos assaltantes.
O suspeito de 16 anos contou informalmente a policiais que costumava roubar cinco bicicletas por mês. O jovem praticava os roubos em Ipanema, Leblon e Lagoa, bairros nobres da zona sul do Rio, de acordo com a Polícia Civil.