Polícia

Ex-PM é condenado a 18 anos de prisão por matar menino em 2008

O crime ocorreu quando uma patrulha da PM confundiu o veículo onde os três estavam com um carro de criminosos e iniciou uma perseguição pelas ruas da Tijuca, bairro da zona norte do Rio

Publicado em 10/06/2015 às 13:12

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

A Justiça condenou a 18 anos de prisão em regime fechado o ex-cabo da Polícia Militar Wiliam de Paula pela morte do menino João Roberto Amorim Soares, de 3 anos, assassinado a tiros em julho de 2008. Os jurados do 2º Tribunal do Júri decidiram na terça-feira, 9, que ele cometeu homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio, contra a mãe e o irmão de João Roberto, que também estavam no carro em que o policial atirou 17 vezes.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O crime ocorreu quando uma patrulha da PM confundiu o veículo onde os três estavam com um carro de criminosos e iniciou uma perseguição pelas ruas da Tijuca, bairro da zona norte do Rio. Um júri popular realizado em dezembro de 2008, no qual o ex-PM foi absolvido, foi anulado a pedido do Ministério Público, alegando que a decisão dos jurados à época contrariava a prova pericial que atestou o erro do réu.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• MPF em São Paulo entra com ação contra funcionárias da Receita

• Polícia prende três suspeitos de roubos a mansões no Morumbi

• Homem que matou delegada é encontrado morto em presídio

Depois de o juiz Jorge Luiz Le Cocq D'Oliveira ler a sentença, o réu deixou o Tribunal do Júri preso. O juiz afirmou que De Paula "perfil desajustado, má conduta social, é suspeito de envolvimento com milicianos, além de responder por outro homicídio de um agente penitenciário".

Nos debates entre acusação e defesa,o promotor Fábio Vieira dos Santos argumentou que o réu não havia agido em legítima defesa e que o carro de polícia não circulava em local que oferecesse risco. "Ele quis matar",disse. Já a advogada assistente de acusação, Marta Barbosa, defendeu junto aos jurados que era melhor "20 bandidos soltos do que uma criança de 3 anos morta".

Continua depois da publicidade

Na defesa do ex-PM, o defensor público Felipe Lima admitiu que uma absolvição seria exagerada, mas pedia que os jurados condenassem de Paula por homicídio culposo. Segundo ele, a tese de legítima defesa se sustentava não porque havia um perigo real mas "o risco que existe na cabeça das pessoas". "Dizer que um PM no Rio de Janeiro não tem pânico é retirar dele a vicissitude de um homem", afirmou.

A mãe de João Roberto, Alessandra Soares, comemorou a decisão, chorando de alegria ao lado do marido Paulo Roberto Soares. "A justiça foi feita", declarou."Vou chorar e abraçar meus filhos quando chegar em casa", disse.

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software