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O ex-médico Roger Abdelmassih, de 70 anos, disse ter cogitado cometer suicídio para evitar a volta à prisão em conversa com policiais civis na tarde de quarta-feira, 20. O áudio desta conversa, obtido com exclusividade pela Rádio Estadão, divulgado ontem.
No áudio, gravado no Aeroporto de Congonhas, zona sul da capital paulista, o capturado disse que comprou uma arma. Ele também pediu para darem um “basta” às vítimas que protestavam durante sua chegada.
“Eu consegui comprar uma arma usada, uma 38. Eu comprei e falei: ‘Se eu for pego, eu dou um tiro na cabeça’”, revelou Abdelmassih. Um dos maiores especialistas em fertilização in vitro do País, ele foi capturado na terça-feira (19), após ficar três anos foragido em Assunção.
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Abdelmassih contou que “estava preparado”, mas desistiu do plano “Eu não vou me matar mais. Eu vou acreditar agora na advocacia, porque eu fui condenado estupidamente, loucamente, por situações como estas. Não tem uma prova”, disse o ex-médico, enquanto esperava para ser transferido para Tremembé, no interior. Ele entrou, porém, em contradição. “Preferia morrer. Não tem sentido minha mulher e meus filhos pequenos de 3 anos irem me visitar na cadeia”, afirmou.
Ao insistir para ser levado para Tremembé, o ex-médico falou sobre seu período na cadeia há cinco anos. “Eu passei um período difícil na prisão. Foram quatro meses que sofri muito.” Em 2009, ele ficou preso, mas ganhou a liberdade com uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-médico também insistiu em sua inocência. “Eu não tive nenhuma prova (contra mim). Eu estou condenado, mas não está transitado em julgado (quando não cabem mais recursos).”
Vítimas
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A presença de cinco mulheres que o acusam da série de crimes sexuais o incomodou. “Elas têm um blog (que recebia denúncias). Eu acho que vocês deveriam dar um basta nelas. Dar um tchau para elas”, disse o ex-médico aos policiais. Elas foram ao aeroporto para protestar contra o ex-médico e o chamaram de “maníaco”. A manifestação das vítimas indignou Abdelmassih, que disse que era um absurdo ela estarem lá. Um dos policiais respondeu que o local era público e não podia proibir.
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