Polícia
O acusado do ataque foi calouro do curso de Ciências Exatas e, em março deste ano, denunciou colegas por trote violento e afirmou ter sofrido abuso sexual
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Um ex-aluno invadiu armado o alojamento da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, no interior paulista, agrediu um estudante a coronhadas e fez três disparos na direção de vários universitários na noite de quarta-feira, 28. Ninguém foi atingido pelos tiros, mas o episódio levou pânico ao câmpus. As aulas foram suspensas nesta quinta-feira, 29, e devem ser retomadas nesta sexta.
O acusado do ataque foi calouro do curso de Ciências Exatas e, em março deste ano, denunciou colegas por trote violento e afirmou ter sofrido abuso sexual. O suspeito, de 22 anos, está foragido, mas falou com a reportagem por telefone. Ele alega ser vítima de bullying desde então e reclama que a USP e a polícia não teriam agido para ajudá-lo.
O aluno agredido teve um ferimento no braço e foi medicado. Os tiros deixaram marcas nas paredes, uma janela perfurada e vidros quebrados. Houve correria. Peritos estiveram no local.
Os estudantes envolvidos no trote resolveram deixar o alojamento com medo de que o suspeito volte. Ele queria que os envolvidos no trote respondessem por estupro, o que não aconteceu. Na ocasião, a polícia entendeu se tratar de um caso de injúria.
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O presidente do centro acadêmico, Rafael dos Santos Ferrer, disse que o atirador fazia ameaças. O órgão divulgou uma nota alegando que o rapaz chegou a mostrar uma faca a um aluno horas antes de ir ao alojamento. A USP teria sido avisada.
A universidade divulgou nota na qual informou que será intensificado o patrulhamento em parceria com a Polícia Militar. A USP não se pronunciou até as 20 horas desta quinta-feira sobre as reclamações do atirador. Também não informou o resultado da sindicância aberta para investigar o suposto trote violento.
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Investigação
O inquérito sobre o assédio foi finalizado e remetido à Justiça. O delegado Aldo Del Santo, do 3º Distrito Policial, disse que agora deverá pedir a prisão temporária do ex-aluno por causa do ataque. Ele negou a denúncia de descaso.
Perguntado se o atirador ligou para informar que iria à USP tirar satisfação com os rivais, Del Santo não negou. "Não me lembro, mas pode ser que tenha ligado, sim."
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O caso do trote aconteceu em 4 de março. O atirador estudava na USP e residia no alojamento. Ele contou que veteranos tentaram forçá-lo a fazer sexo oral em um deles. Ele teria conseguido se soltar e, desde então, diz ser ameaçado pelos veteranos e ser vítima de bullying.
Ouvidos na delegacia nesta quinta-feira os envolvidos alegaram que tudo não passou de brincadeira e negaram qualquer tipo de crime sexual. Também disseram que depois disso os ameaçados seriam eles.
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