Polícia

'É um tapa na cara da sociedade', diz pai de estudante assassinado sobre abertura do Moon

Isaías de Paula faz apelo para população não frequentar o estabelecimento instalado no lugar do Baccará, na Rua Oswaldo Cochrane

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 05/12/2018 às 18:06

Atualizado em 06/12/2018 às 18:44

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“Mudando de nome ou não, o modus operandi de quem administra a casa é o mesmo”, afirmou Isaías de Paula / Nair Bueno/DL

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O pai do universitário que foi morto após ser espancado em frente ao Baccará diz que a reabertura do estabelecimento, cujo novo nome é Moon, “é um tapa na cara da sociedade” e fez um apelo para a população não frequentar o bar, na Rua Oswaldo Cochrane, no Embaré.

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Isaías de Paula deu as declarações na tarde desta quarta-feira (5), na parte externa do Fórum de Santos, onde ocorreu a primeira audiência de instrução do processo que apura a morte de Lucas Martins de Paula.  

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Os seguranças Thiago Ozarias Souza e Sammy Barreto Callender, que seguem presos preventivamente, participaram da audiência. O ex-dono do Baccará Bar & Grill e atual sócio do Moon Bar & Grill, Vitor Alves Karam,  segue foragido, assim como o ex-chefe dos seguranças do Baccará, Anderson Luiz Pereira Brito.

“Pais, mães, proíbam seus filhos de frequentar aquela casa”, afirmou o pai de Lucas Martins.

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“Mudando de nome ou não, o 'modus operandi' de quem administra a casa é o mesmo”, disse o pai da vítima. Ele frisa temer que um novo caso de violência ocorra no estabelecimento.

O advogado assistente da acusação, Armando de Mattos Júnior, afirma que fizeram uma “maquiagem” para tentar que casa voltasse “e lamentavelmente voltou”.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Santos, “o alvará tramitou em todas as fiscalizações, posturas, obras e vigilância sanitária e foi deferido”.

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A abertura do Moon ocorreu na última sexta-feira (30). Karam tem uma sócia administradora no estabelecimento.

 Um ato de pedido de justiça foi realizado na parte externa do Fórum de Santos na tarde desta quarta, quando ocorre a primeira audiência de instrução do processo (Foto: Nair Bueno/DL)

O crime

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Lucas foi espancado na madrugada de 7 de julho após contestar a marcação de uma cerveja de R$ 15,00 em sua comanda e teve traumatismo craniano. Ele morreu em 29 de julho na Santa Casa de Santos.

Thiago Ozarias desferiu, segundo a denúncia do Ministério Público, violentos golpes na vítima. Sammy, ainda de acordo com a peça de acusação,  desferiu um soco no rosto do universitário, levando Lucas a cair já inconsciente ao chão. O crime foi captado por uma câmera de monitoramento de uma escola.

Conforme escreveu o juiz ao decretar as preventivas em agosto, Thiago Ozarias "achou por bem espancar Lucas, tudo com a anuência dos demais acusados, que não só assistiram, mas anuíram a essa conduta, impedindo que os amigos de Lucas o ajudassem, agredindo-os, não determinando a cessação dos golpes aplicados por Thiago em Lucas".

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Defesas

Constituído por Vitor Karam para a defesa desde o último dia 30, o advogado Eugênio Malavasi afirmou que a tese defensiva é de impronúncia, ou seja, de que o empresário não seja levado a júri.

"Vamos efetivamente provar que não houve conduta nem comissiva, de ação, e muito menos omissiva por parte do Vitor", declarou.

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Ao afirmar, na segunda-feira (3), que o cliente não participaria da audiência de instrução desta quarta, o advogado afirmou que o cliente não concorda com a prisão e por isso está combatendo-a.

O advogado de Thiago Ozarias, Pedro Furlan, afirma que os golpes desferidos pelo cliente não causaram o coma e a morte.

"Já existem indícios nos autos do inquérito que realmente foi visto um segurança dar o último soco ao qual levou ele (Lucas) ao coma".

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O advogado do segurança Sammy Callender, Mário Badures, afirmou que tem a expectativa de "esclarecer a verdade" e demonstrar que seu cliente não golpeou Lucas. "A investigação comprova isso", afirmou.

"(Vou) provar que em nenhum momento (Sammy) aderiu à vontade deliberada de agressão por parte de outro segurança e sequer teve condições de não permitir tal ataque", declarou o advogado, que se manifesta pela revogação da preventiva.

O Diário do Litoral também procurou a defesa do segurança Anderson, mas ainda não obteve retorno.

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Lucas Martins de Paula morreu na noite de 29 de julho, após ficar 22 dias internado (Foto: Reprodução/Facebook)

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