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O ex-delegado seccional de Santos Elpídio Laércio Ferrarezi foi demitido ontem dos quadros da Secretaria da Segurança Pública (SSP) com base em acusações por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Em 15 de outubro de 2012, ele foi condenado a 10 anos e oito meses de prisão pela 1ª Vara Criminal de Bertioga. O advogado de Ferrarezi, Elias Antonio Jacob, afirma que a decisão do governo “é precipitada”, uma vez que o recurso contra a condenação ainda está sendo analisado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
As investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sobre Ferrarezi começaram em 2007, após o ex-delegado Roberto Conde Guerra denunciar, em seu blog, corrupção policial na exploração de máquinas de caça-níqueis na Baixada Santista.
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Conforme concluiu o juiz Rodrigo de Moura Jacob, da 1ª Vara Criminal, Ferrarezi utilizou dinheiro captado de forma ilícita, na época em que foi delegado titular de Bertioga, para adquirir, em 2001, uma casa de alto padrão em Bertioga, utilizando-se de ajuda da filha, a advogada, Carla Abibe Ferrarezi Martinez, que teria dissimulado a aquisição. Ela foi condenada a oito anos e quatro meses de prisão.
De acordo com a denúncia formulada pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo Santos, Carla atuou como testa-de-ferro de seu pai e, ambos previamente conluiados com um empresário, se valeram de dois “laranjas” para ocultarem a propriedade da mansão. Para tanto, segundo os promotores, confeccionaram falsos instrumentos de compra e venda, fraudes que foram verificadas quando um dano ambiental foi na descoberto na construção da casa.
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Para o juiz Rodrigo Jacob, “as conseqüências do crime foram nefastas, pois, a sociedade além de não ser protegida pela autoridade policial, ainda tinha que conviver com delegado corrupto, que mancomunado com sua filha ocultou e dissimulou a origem de seus rendimentos”.
Defesa
O advogado de Elpídio Ferrarezi e Carla Ferrarezi, Elias Antonio Jacob, sustenta que as penas são injustas e “estratosféricas”. Jacob argumenta que o terreno da casa foi comprado por R$ 60 mil por Carla e que a construção não passou de R$ 200 mil, valores que eram compatíveis com a renda dela na época. Para o defensor, a valorização do imóvel ao longo dos últimos anos não pode ser motivo para a condenação de seus clientes.
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