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Após cinco dias de julgamento, Gil Rugai, de 29 anos, foi condenado a 33 anos e 9 meses de prisão pela morte do pai e da madrasta há quase nove anos por motivo torpe. Às 19 horas de ontem, o juiz Adilson Simoni determinou que o réu pode recorrer da sentença pelo duplo homicídio qualificado em liberdade. Sem a gravata usada no julgamento, Rugai ouviu o veredicto impassível. “É um sentimento de ganhou, mas não levou. A Justiça ainda não foi feita”, afirmou o assistente de acusação, Ubirajara Mangini.
A decisão dos jurados, apertadíssima, foi revelada por volta das 16h30, pelo promotor de Justiça Rogério Zagallo, que entrou no plenário com lágrimas nos olhos e foi ovacionado pelos colegas, que o aplaudiram em pé. O resultado foi apertado: por quatro votos a três, os jurados condenaram o réu.
Durante os debates, em uma estratégia ousada, Zagallo aumentou o tom e abriu mão da réplica, evitando assim dar mais uma hora aos advogados de defesa. “Com isso, eles morreram com o zap na mão”, avaliou o promotor Arual Martins, referindo-se à principal carta do jogo de truco. Luis Carlos Rugai, de 40 anos, e Alessandra Troitino, de 33, foram assassinados a tiros em 28 de março de 2004 na casa onde moravam, em Perdizes, na zona oeste. Desde então, as suspeitas recaíram apenas sobre Gil, o filho mais velho, que sonhava em ser padre.
Com um tom de voz exaltado, Zagallo expôs o perfil do réu, que classificou como uma pessoa de “personalidade dupla”. Segundo o promotor, Gil se divide entre a “normalidade e a psicopatia”.
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