Polícia

Bando é preso por extorsão mediante falso sequestro contra jornalista em Santos; ouça áudio

Moradora da Vila Mathias, a jornalista passou quase 24h de terror, em ato com anuência do PCC, e entregou R$ 8 mil e joias temendo que o filho fosse decapitado no Catar

Gilmar Alves Jr.

Publicado em 20/04/2021 às 16:52

Atualizado em 20/04/2021 às 17:16

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Os investigadores recuperaram dinheiro e joias no flagrante / Divulgação/Polícia Civil

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Uma jornalista de 66 anos, moradora da Vila Mathias, viveu quase 24 horas de terror ao ser vítima de uma extorsão mediante o golpe do falso sequestro, sendo o crime praticado por pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A vítima sofreu ameaças de que o filho seria decapitado no Catar caso ela não cumprisse as determinações e acabou entregando R$ 8 mil e uma série de joias.

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Três ocupantes de um carro foram presos perto do prédio onde reside a jornalista e uma quarta pessoa, que estava armazenando objetos da vítima em Cubatão, também acabou presa. As capturas foram feitas por policiais da 1ª Delegacia da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) regional, que agora trabalham para identificar o principal interlocutor das ligações com as ameaças e demais pessoas envolvidas.

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As ameaças começaram em uma ligação no domingo (18), onde o criminoso ordenou que a a vítima deixasse os bens dentro de uma sacola sobre um coletor de lixo na esquina da residência dela. As conversas avançaram durante toda a madrugada, com os criminosos sempre exigindo mais dinheiro e ameaçando a decapitação do filho da jornalista caso ela entrasse em contato com alguém ou não entregasse o dinheiro exigido.

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Na manhã desta segunda-feira (19), uma filha da jornalista foi deixar seu filho com a avó e recebeu um bilhete sobre um sequestro de seu irmão que mora no Catar. Imediatamente a mulher pediu ajuda de outro imrão, que mora em Santos, e este fez contato com o irmão que mora no exterior, que garantiu estar seguro.

O filho que mora na cidade foi até o apartamento da mãe e descobriu que os bandidos ainda exigiram mais R$ 20 mil, mesmo após a entrega dos R$ 8 mil e das joias.

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O homem entrou em contato com a 1ª Delegacia da Deic e imediatamente policiais, sob o comando do delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, e do investigador-chefe, Paulo Carvalhal, realizaram uma diligência no perímetro do prédio.

Um veículo Kia Picanto branco estava estacionado nas proximidades, sendo um casal no banco de traseiro e o motorista sozinho na frente. Uma campana foi montada para surpreender o trio no momento que a vítima fosse deixar mais uma sacola para eles.

Quando o passageiro do banco traseiro caminhou até a esquina para pegar a sacola os investigadores realizaram a abordagem.

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O motorista é de aplicativo, mas não havia corrida registrada, conforme constataram os policiais. Foi realizada na sequência uma diligência em Cubatão, na casa onde mora o casal que estava no banco traseiro. No imóvel os investigadores recuperam algumas joias da vítima, R$ 3 mil em cédulas e encontraram três depósitos realizados em uma lotérica, sendo dois de R$ 2 mil e um de R$ 1.350,00, além de documentos.

Três aneis da vítima foram encontrados na casa de uma moradora vizinha, que também acabou autuada em flagrante por participação no crime. Ainda houve uma diligência na lotérica, onde foram obtidas informações relevantes para as investigações.

As quatro pessoas detidas foram autuadas por extorsão consumada e associação criminosa.

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Ligação

Os policiais civis obtiveram o conteúdo das ligações. O interlocutor diz para a jornalista no momento de combinar a entrega de dinheiro e joias que não quer ser filmado pelas câmeras do prédio. “Eu estou fazendo tudo para deixar seu filho viver bem por aqui. Ninguém vai mexer com teu filho. Ninguém aí dos meus homens na Baixada Santista vai mexer com a senhora. Ninguém vai mexer com a sua filha também no serviço dela, até mesmo na residência dela, que eu já sei de tudo, da maneira que eu falei para a senhora. Eu tenho um dossiê já feito”, afirma.

Em um outro momento, o homem diz que é do Primeiro Comando da Capital (PCC) e diz que “está fazendo as coisas com padrão de qualidade e segurança”.

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