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Um crime bárbaro envolvendo a morte de duas crianças chocou a população de Ceilândia, cidade satélite do Distrito Federal. O artesão Rômulo Sebastião Nascimento de Sousa, de 21 anos, confessou que amarrou um casal de irmãos, de 13 e 9 anos de idade, e depois colocou fogo na casa em que as vítimas estavam. Na saída, o suspeito passou pela mãe das crianças que, sem saber de nada, cumprimentou o artesão na rua. Preso, Sousa disse que o motivo seria uma dívida com peças de artesanato adquiridas no final de semana pelo irmão mais velho das crianças, Marcos Paulo Silvo Santos, que o artesão diz ser no valor de R$ 500, enquanto o irmão afirmou ser de R$ 140, mas dos quais já havia saldado R$ 100 na própria Segunda-feira.
O delegado titular da 15ª DP (Ceilândia Sul), Johnson Kenedy Monteiro, disse nesta sexta-feira, 13, ao Estado, que Sousa pode ter matado as crianças por conta do irrisório valor entre R$ 40 e R$ 60, o que chama a atenção para a conduta fria do suspeito. Sousa foi preso pouco tempo depois, na casa onde vivia com uma namorada, em Ceilândia. Conforme o relato do delegado, o artesão contou com detalhes como amarrou a menina e o menino, colocando fogo depois no quarto onde a garota estava, sem demonstrar arrependimento durante o depoimento.
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A violência teria sido uma reação ao fato de ter ido receber parte do dinheiro de Marcos e discordado, em silêncio, do montante quitado da dívida: R$ 100 entregues. Depois de pagar o valor, o irmão e o suspeito deixaram a casa, mas o artesão retornou com a desculpa de que tinha esquecido alguma coisa e o menino o deixou entrar. A intenção, disse no depoimento, era levar, como compensação para saldar o resto da dívida, um notebook que viu no interior da residência, mas o casal de crianças começou a gritar e teria até tentado tomar o equipamento dele. Na investigação, a Polícia Civil apurou que, na verdade, o artesão roubou vários outros equipamentos da casa.
No depoimento, ele alegou que levou a menina até um dos quartos e amarrou as mãos dela usando o fio de um carregador de celular. O menino foi levado para o outro quarto e amarrado com tiras arrancadas de um lençol que ele teria rasgado. Contudo, ao voltar para a sala, onde tinha deixado o notebook, Souza viu que a menina tinha se livrado do fio. O artesão segurou novamente a garota e voltou ao mesmo quarto, onde amarrou as mãos dela de novo, desta vez, unindo os fios junto ao pescoço.
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Em seguida, ele decidiu colocar fogo no colchão. O homem ainda fechou a porta do quarto pelo lado de fora, utilizando uma cadeira para impedir que a vítima conseguisse sair, caso se livrasse mais uma vez das amarras. No depoimento ele detalhou que ainda se dirigiu ao outro quarto, onde estava o garoto de 9 anos, e também ateou fogo, repetindo o gesto de escorar a porta com uma cadeira. Depois usou sofás para prender as saídas da sala, onde ateou fogo usando álcool. Antes, teve novamente frieza para recolher o computador de mão, levando também em uma mala, um tablet, três celulares e uma máquina fotográfica.
Ao sair da residência, o suspeito teria passado pela mãe das crianças, que cumprimentou o conhecido do irmão mais velho. Ele não teria respondido ao cumprimento, abaixando a cabeça. Por volta das 16h30 o Corpo de Bombeiros encontrou os corpos das crianças, disse o delegado. As investigações levaram a Polícia Civil rapidamente ao suspeito que foi detido às 19 horas. Preso na carceragem da Polícia Civil do DF, de onde deverá seguir a qualquer hora para o presídio da Papuda, Rômulo responderá por duplo latrocínio. A pena pode chegar a 60 anos de prisão.
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