Polícia

Advogado de Virtuoso defende legalização de jogo do bicho

Em entrevista ao Diário do Litoral, Vicente Cascione criticou a legislação vigente no Brasil

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 19/09/2013 às 12:27

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O advogado Vicente Cascione foi contratado pelo empresário Carlinhos Virtuoso para realizar sua defesa das acusações imputadas pelo Grupo de Atuação Especial ao Combate do Crime Organizado (Gaeco).

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Em entrevista ao Diário do Litoral, Cascione criticou a legislação vigente no Brasil. “O jogo do bicho é uma prática nacional que tem mais de meio século. Agora, se a filosofia do Estado Brasileiro é a de que devemos proteger os cidadãos contra a possibilidade deles jogarem jogo de azar, onde está a lógica do Estado Brasileiro que proíbe o jogo do bicho e ao mesmo tempo é banqueiro da Mega-Sena, da Loteria Federal, da Loteria Esportiva e de todas as loterias que conhecemos, que são jogos de azar”.

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Para o advogado, o Estado é banqueiro das loterias. “Como o estado proíbe uma prática de uma determinada atividade, mas estimula a prática de uma atividade idêntica, ou seja, proíbe o jogo do bicho e promove o jogo de azar que são as loterias do Estado?” pontua Cascione.

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Na opinião do defensor, a prática do jogo do bicho deveria ser legalizada pelo Estado. “Se você legaliza o jogo do bicho, desaparece a formação de quadrilha, a lavagem de dinheiro, desaparece a corrupção, porque tudo isso, em tese, não estou dizendo que houve no caso Carlinhos, ocorre em decorrência da imoralidade do Estado”, afirma Cascione.

O advogado Vicente Cascione foi contratado pelo empresário Carlinhos Virtuoso para realizar sua defesa (Foto: Matheus Tagé/DL)

O advogado comenta a repercussão dada pela mídia sobre as denúncias contra seu cliente. “A mídia vai repercutir o grande caso do Carlinhos Virtuoso. O que ele era? Ele estoura caixa eletrônico? Não. Ele mata as pessoas? Não. Ele rouba as pessoas? Não. Ele rouba automóveis? Não. Ele é traficante de entorpecentes? Não,” assinala Cascione.

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O defensor criticou a atuação do MP na ação que ocorreu no prédio de Carlinhos Virtuoso, no Macuco em Santos. “Eu nunca vi o MP dar batida em um QG do tráfico de entorpecentes. Eu nunca vi. Nisso, eles mandam a polícia e ficam no gabinete. Agora, na hora de entrar num prédio repleto de velhinhos, eles entram”, finaliza.

Prédio no Macuco é a sede da ‘Banca do Damasco’

O bicheiro instalou em um prédio situado na Rua Batista Pereira, 194, no Macuco, em Santos, sua organização criminosa. No local, estavam centralizadas as principais atividades de cada um dos denunciados, sustenta a denúncia.

No primeiro e segundo andar do edifício funcionava a empresa ME2 Entretenimento Ltda., que pertence ao empresário. Para o MP, a empresa é utilizada para lavagem de dinheiro.

Ainda no segundo andar estava localizado o escritório de Carlinhos Virtuoso. Dali, ele controlava de forma direta e pessoal toda a atividade da ‘Banca do Damasco’, separando o pagamento de funcionários da banca.  No escritório do bicheiro foram apreendidos ainda uma relação contendo todos os pontos da banca, documentos com datas de sorteio e telefones de funcionários.

No terceiro andar funcionava a central do jogo. Funcionários recebiam as anotações das apostas e os valores obtidos pelos cambistas. Na garagem do prédio foram encontrados 10 motocicletas e quatro carros utilizados pelos funcionários da banca. No dia da operação também foram localizados no prédio mais de R$ 320 mil em dinheiro, 30 cheques em nome de terceiro no valor de R$ 20.074,24.

Na residência de Carlinhos Virtuoso, foram apreendidos um revólver calibre 38, munições e 5 mil euros.

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