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A estratégia de acusar a polícia de tortura durante a investigação do assassinato do jornalista Décio Sá, morto em abril de 2012, não evitou a acusação dos dois acusados pelo crime. No início da madrugada desta quarta-feira, 5, os assassino confesso Jhonatan de Sousa Silva, de 25 anos, e Marcos Bruno Silva de Oliveira, de 29 anos, foram condenados a 25 anos e 3 meses de prisão e a 18 anos e 3 meses, respectivamente. Tanto a defesa quanto o Ministério Público já disseram que vão recorrer das penas.
Jhonatan de Sousa deve cumprir pena em um presídio federal em Campo Grande (MG), onde já estava preso. Já Marcos Bruno deve ser encaminhado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo as investigações, Décio, então repórter do Estado do Maranhão e blogueiro, foi assassinado ao apurar a morte do empresário Fábio Brasil.
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Nessa terça-feira, 4, Jhonatan mudou parte da versão do crime. Ele manteve a informação de ter sido contratado por R$ 100 mil para matar Décio Sá, mas inocentou alguns dos envolvidos e alterou a identidade do mandante do crime. "Os policiais ameaçaram minha família. Eles queriam que eu confirmasse uma linha de investigação que eles tinham sobre empresários", disse.
Na nova versão, afirmou ter sido contratado por um homem identificado como Marco Antônio, conhecido como "Neguinho Barrão", e não o empresário Raimundo Sales Chaves Júnior, o "Júnior Bolinha" - apontado como mandante nos depoimentos colhidos antes do julgamento. Segundo Jhonatan, o homem que o contratou foi o mesmo que lhe deu fuga após o crime. Ele disse que Marco Antônio já estaria morto.
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De acordo com a acusação, Jhonatan atirou no jornalista, morto em 23 de abril de 2012, com cinco tiros de pistola .40, arma de uso privativo da polícia. Na ocasião, Jhonathan disparou seis tiros, mas errou um. Ele foi levado ao restaurante em que o jornalista foi morto por Marcos, que também retirou o corpo de Décio do local em uma moto. Marcos foi acusado de dar fuga a Jhonatan e por essa razão sua pena foi menor.
No julgamento, que começou na segunda-feira, 3, foram ouvidas oito das 11 testemunhas arroladas pela defesa e pela acusação. As sessões duraram cerca dois dias e depois de mais de cinco horas de debates a portas fechadas, os sete jurados, quatro homens e três mulheres, chegaram ao veredicto e julgaram os acusados culpados do crime.
O trio de promotores que trabalhou no caso - Rodolfo Soares dos Reis, Haroldo Paiva e Benedito Neto - afirmaram que estudam recorrer da sentença por considerá-la baixa. Já o advogado de defesa do condenado, Pedro Jarbas, assegurou que tentará reduzir a sentença.
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Restam ainda nove acusados de envolvimento no crime que devem ser julgados este ano. Na lista estão Gláucio Alencar Pontes Carvalho e José Alencar Miranda, filho e pai e apontados como mandantes do crime.