Família cultiva hortaliças e frutas, com destaque na produção de bananas, com variedades como prata, nanica, ouro, vinagre e banana-da-terra / Divulgação
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Na Feira do Produtor Rural de Peruíbe, na Baixada Santista, quem passa pela banca de produtos agroecológicos do sítio Gina não faz ideia da trajetória inspiradora da produtora Linda Giovanna Francesconi. Ao lado do marido, José Roberto da Costa, e dos filhos, Lilian Gabriella e Wilson Gabriel, Linda tem concretizado o sonho de tirar o sustento da terra, preservando o meio ambiente.
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Com 4 hectares, parte significativa do sítio localizado em Peruíbe é de área de Mata Atlântica preservada. A família cultiva hortaliças e frutas, com destaque na produção de bananas, com variedades como prata, nanica, ouro, vinagre e banana-da-terra.
Para a realização do sonho de viver de uma propriedade sustentável e biodiversa, a produtora relata que contou com o apoio do Instituto BioSistêmico (IBS) e recursos do projeto Conexão Mata Atlântica, executado entre 2018 e 2023, na Zona de Amortecimento do Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Itariru (PESM – NITA).
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CONQUISTAS.
O sítio Gina foi uma das 360 propriedades beneficiadas pelo projeto na região do Núcleo Itariru. Com esse apoio, a família adotou o manejo agroecológico, eliminando o uso de insumos químicos por produtos naturais, em grande parte produzidos com recursos naturais do próprio sítio.
“Produzir é um desafio diário, com dificuldades de controle de pragas e clima desfavorável. Com a assistência técnica do projeto, conseguimos ajustar o processo produtivo e começamos a fazer a gestão do sítio, anotando tudo direitinho. E qualquer dúvida, nem precisava aguardar a próxima visita, pois falávamos com os técnicos do IBS pelo WhatsApp. Foi um suporte muito importante, que nos motivou a não desistir da produção agroecológica”, afirma a produtora.
Atualmente, a gestão financeira do sítio é responsabilidade da filha que tem colocado em prática o que aprendeu na Gincana Jovem Empreendedor promovida pelo Instituto BioSistêmico para os filhos de produtores atendidos no Projeto Conexão Mata Atlântica. Lilian Gabriella foi a jovem vencedora nesta gincana e sente-se orgulhosa em poder colaborar para o bom andamento das atividades do sítio da família. Ela montou uma planilha, onde faz o controle de custos e do lucro, alimentando-a com informações desde o plantio até a venda final para fechar o balanço mensal
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Por meio do PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), uma das ferramentas de fomento à produção sustentável utilizadas no projeto, a família investiu em melhorias no sítio. “Compramos uma roçadeira, fizemos a fossa de evapotranspiração, um galinheiro novo com tela de arame, trocamos o telhado do depósito de ferramentas e ração, onde usamos alguns maquinários. São melhorias que facilitam a nossa rotina e trazem mais qualidade de vida para minha família”, relata Linda.
Outra conquista da família alcançada com o apoio do Conexão Mata Atlântica foi a obtenção do Certificado de Protocolo de Transição Agroecológica, que atesta o manejo agroecológico conduzido na propriedade.
Inspiradora - Linda Francesconi, engajada há mais de 20 anos em grupos de mulheres da região e com uma visão otimista da vida, inspira outras famílias de agricultores familiares nesse processo.
Por meio da União de Mulheres da Economia Solidária (UMPES), associação da qual faz parte, contribuiu para estabelecer parcerias com instituições locais para a realização de feiras itinerantes, baseadas em economia solidária, nos bairros de Peruíbe. Nesta jornada, ela destaca o papel fundamental da atuação de Ogma Sousa Kuiper e de Imaculada Favini, que estão entre as fundadoras da UMPES.
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“É incrível o poder que nós mulheres temos ao nos unirmos. Hoje, a nossa feira do produtor rural tem mais de cinco anos e tem sido referência na região. Conta com a participação da comunidade, agricultores e artesãos. É uma conquista fundamental para o escoamento da nossa produção e para a valorização da sustentabilidade e do trabalho local”, destaca Linda.
Conexão Mata Atlântica - Projeto de recuperação e proteção dos serviços do clima e da biodiversidade do corredor sudeste da Mata Atlântica brasileira, o Conexão Mata Atlântica foi executado pela Fundação Florestal e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), no Estado de São Paulo. A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) esteve à frente da gestão dos recursos e o financiamento foi do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com recursos do Global Environmental Fund (GEF).
De 2018 a 2023, o Instituto BioSistêmico executou a assistência técnica e extensão rural do projeto, na região do entorno do PESM – NITA. Nesta região, foram atendidos cerca de 360 produtores nos municípios de Itariri, Miracatu, Pedro de Toledo e Peruíbe, abrangendo uma área de 69.968 hectares.
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