Legumes e verduras sem agrotóxicos se tornaram em exemplo de alimentos orgânicos cultivados por casal em Peruíbe / Nair Bueno/DL
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Incentivar o trabalho coletivo e a alimentação saudável. Essa é a proposta da Associação Cultural Afefe Odara Omi Aye Didá, formada em 2003, em Peruíbe, que realiza os rituais religiosos da cultura afro e também incentiva o plantio de legumes e verduras orgânicos.
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O nome da entidade significa "Bons ventos, terra e água saudável", na língua Iorubá, de origem africana.
"Nosso objetivo é incentivar o trabalho coletivo, por meio da reciclagem de resíduos e, ainda, do plantio de legumes e verduras orgânicos para promover a geração de renda junto à comunidade", esclarece a presidente da associação, Brigida de Souza Ferreira, conhecida como mãe Brigida.
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A ideia é divulgar o projeto "Batuque na cozinha", criado em 2014, e que envolve diversas associações de pequenos produtores, a União das Mulheres Agricultoras (UMA), a Eco Jureia - com a reciclagem de resíduos, além de aldeias indígenas de Peruíbe. Cerca de 80 famílias serão beneficiadas com o projeto.
"Uma das ações do projeto é reunir pessoas, para participar de cursos de culinária, em uma cozinha a lenha, e ensinar a utilizar os alimentos de forma saudável. Ao fazer uma galinha caipira, podemos explicar como matar, limpar e cozinhar. As pessoas perderam o hábito de consumir uma alimentação mais saudável".
O projeto pretende ainda ensinar a realizar o cultivo de legumes e verduras sem agrotóxicos, a trabalhar com as Plantas alimentícias não convencionais (Pancs) e saber a época certa do ano para o plantio.
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"Alguns profissionais já atuam em parceria com a entidade, como um engenheiro agrônomo para orientar sobre a importância de cultivar os alimentos orgânicos, além de uma nutricionista que vai informar os valores nutricionais dos alimentos", explica.
A Associação recebeu também o prêmio "Axé Ixexe", em 2015, em São Paulo, organizado pelo Centro Cultural Africano, com o apoio da ONU e da Unesco. A premiação ocorreu pelo reconhecimento da entidade desenvolver trabalhos sociais, no combate à intolerância religiosa junto às comunidades, há cerca de 15 anos.
Entre os pequenos produtores que vão trabalhar em parceria com a associação estão Maria José Gomes da Silva e o esposo João Aparecido. Eles têm uma propriedade rural no bairro Jaqueira, e trabalham com o cultivo de várias verduras e legumes.
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São cultivadas alface lisa, crespa, mimosa, escarola, chicória crespa, couve, mostarda, rúcula, cebolinha, tomate cereja, pimenta dedo de moça, malagueta, almeirão, alho poró, salsão, espinafre, cenoura, beterraba, chuchu, coentro nativo, entre outros.
Na mesma área também funciona o viveiro de mudas com alfaces crespa e mimosa, rabanete, alho poró, salsinha, cenoura, e outras. Para fazer o plantio na terra, em média, o tempo é de 30 dias. Além da criação de galinhas caipiras, que são criadas com milho e folhas, cultivadas na plantação. A área total é de mil metros quadrados.
O casal de produtores vende as hortaliças em duas feiras do município e ainda faz algumas entregas, além de fornecer verduras e legumes à merenda escolar de Peruíbe.
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Uma das principais metas da associação é conquistar a sede própria para recomeçar os trabalhos do projeto, segundo a presidente mãe Brigida.
"Estamos em negociação com a prefeitura, desde janeiro de 2020, para que possamos adquirir o terreno em uma área pública, na rua Sorocaba, no Jardim Caraguava, até o final do ano", frisa.
A antiga sede, localizada na rua Madre Nineta Jonata, no mesmo bairro, foi desativada, devido às constantes enchentes que atingiram o bairro Caraguava, nos últimos dois anos.
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