João José Dias, de 90 anos, relembra o tempo em que atuou como telegrafista e chefe da estação / Nair Bueno/DL
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João José Dias, de 90 anos, é um dos moradores mais antigos de Peruíbe. Há mais de 70 anos na Cidade, ele relembra a época em que trabalhou como telegrafista e chefe da antiga Estação de Trem, que fazia o trajeto Santos-Juquiá, pela antiga empresa Sorocabana.
Bastante conhecido na cidade, o aposentado João José Dias veio morar em Peruíbe, no ano de 1951, quando assumiu a função de telegrafista na Estação.
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“A empresa responsável pela linha ferroviária era a Sorocabana e depois passou a ser a Fepasa. O trajeto percorrido saia de Santos e ia até a cidade de Juquiá, no Vale do Ribeira”.
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Ele foi casado pela primeira vez e, ao ficar viúvo, conheceu outra pessoa. Hoje, o aposentado mora junto com a atual esposa. João Dias é nascido em Indaiatuba, no interior de São Paulo, e tem dois filhos e quatro netos.
Ao ser promovido como chefe da Estação, em Peruíbe, Dias atuou na função no período entre 1973 a 1974, durante um ano. Após trabalhar por 35 anos na Fepasa, ele se aposentou.
“Tenho boas lembranças da época em que trabalhava na Estação. Naquele período, o trem de passageiros ainda era a Maria Fumaça, depois é que passaram a ser máquinas movidas à diesel. O movimento na estação era bem intenso, principalmente no Carnaval, em feriados e em dias festivos na Cidade”, conta.
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“Havia um depósito de lenha para abastecer a Maria Fumaça. Trabalhei em várias cidades, como em Ana Dias e Raposo Tavares (Itariri), em Taniguá e Suarão (Itanhaém), e ainda, nas cidades de Pedro de Toledo e Santos, períodos em que ia cobrir as férias dos colegas”, relembra.
Diz ainda “na época, também não havia telefone e a comunicação era feita somente por telégrafo”.
Hoje, a antiga linha ferroviária da Fepasa foi desativada. “Sinto muito pelo fato de a linha estar abandonada na nossa região”, lamenta. Atualmente, na antiga Estação de Trem, está o Museu Arqueológico de Peruíbe, mas está fechado ao público para reforma.
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Na sua opinião, a linha férrea deveria ser reativada, pois faz parte da história da Baixada Santista. Segundo ele, conforme informações do Sindicato dos Ferroviários, o governo federal está estudando reativar uma linha turística, em que o trem partiria de Santos até Cajati.
Mudanças
“Hoje, Peruíbe está bastante desenvolvida e diferente, pois antigamente, não havia muitos comércios. No bairro da Estação, tinham somente três “vendinhas”, além de algumas no centro. As ruas eram todas de terra e mato, inclusive, na avenida 24 de dezembro, onde só havia a ponte próxima à prefeitura”, destaca.
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“Já o nome da avenida principal do centro, a atual Padre Anchieta, deveria ser chamada de Linha do Telégrafo, como era mais conhecida antigamente”, conclui.
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