O objetivo do projeto é oferecer atendimento humanizado e diminuir o peso que o nome da doença carrega / Rodrigo Montaldi/DL
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Receber a notícia que se está com câncer é preocupante para qualquer pessoa, em qualquer classe social. Mas, quando se têm poucos recursos financeiros para custear o tratamento e todos os cuidados paralelos, a situação piora. Foi pensando em quem passa por este tipo de problema que há 15 anos o Cenin (Centro Integrado de Assistência à Pessoas com Câncer), nasceu.
Localizado na Avenida Senador Feijó, 622, em Santos, a instituição sem fins lucrativos mantêm as portas abertas para crianças, jovens, adultos e idosos carentes diagnosticados com a doença e que necessitam de ajuda para o tratamento.
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“Além dos medicamentos, damos cesta básica, fraldas, produtos de higiene, todo o suporte necessário para garantir que o tratamento seja feito de forma completa”, explica Rubia Uliana, relações públicas da entidade.
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O objetivo do projeto é oferecer atendimento humanizado e diminuir o peso que o nome da doença carrega.
“É preciso desmistificar o câncer porque quando ele é diagnosticado cedo, a chance de cura é muito grande”, explica Rubia.
O problema, segundo ela, é que quando a doença atinge as pessoas mais carentes, além da preocupação com a saúde, há outras adversidades que geralmente impedem que o paciente faça um tratamento completo e tranquilo.
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“Soubemos de um paciente que cortava o remédio da dor pela metade para que ele durasse mais, só que a gente sabe que isso não faz efeito”, comenta.
Como ajudar?
Em 15 anos de atividades, o Cenin já ajudou 2.462 pacientes. Atualmente, 450 pessoas e 22 crianças contam com o apoio da entidade para realizar o tratamento contra o câncer. “As pessoas tem que vir conhecer, saber o que e como está ajudando”, convida Rubia.
Além das doações, o local tem um bazar com roupas, sapatos, bolsas, eletrodomésticos e tudo que é vendido é revertido para que o trabalho possa continuar.
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Como funciona
O Cenin atende pacientes encaminhados pelos médicos que atendem através do SUS nos hospitais da Baixada Santista.
Ao chegarem à entidade, fazem uma entrevista com a assistente social, que analisa a real necessidade de cada um e verifica como a ONG pode ajudar. São pedidos documentos básicos como RG, CPF, comprovante de rendimentos, além dos exames e receitas médicas.
A partir daí, o paciente recebe toda a ajuda necessária, de alimentação e medicamentos à alfabetização e orientações jurídicas, como por exemplo, o direito de acesso a Loas - Lei Orgânica da Assistência Social – que garante um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção.
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Leveza
A tentativa de enxergar com leveza as adversidades da vida é levada a serio no Cenin. “Cuidar do psicológico de quem está em tratamento faz toda a diferença”, diz Rubia.
Por isso, além de todos os serviços básicos, o centro oferece o Dia da Beleza com corte de cabelos, limpeza de pele, manicures; sala autoestima com perucas, lenços e próteses mamarias, terapias alternativas, reiki, curso de respiração, yoga e meditação, brechó, aulas de dança como Zumba e samba rock, pilates, alongamentos, palestras e festas.
Manutenção
Mas, tudo isso só é possível através da solidariedade e da prática da doação, tanto da sociedade quanto dos parceiros da entidade. Atualmente, a casa trabalha com 12 funcionários e 42 voluntários.
Os feirantes de quarta-feira da Rua Cunha Moreira, por exemplo, doam os alimentos da feira semanal. O pessoal do telemarketing arrecada dinheiro para custear os remédios, cestas básicas e a estrutura oferecida.
“O trabalho que a gente realiza só é possível por causa dessas pessoas. A nossa região é muito solidária, recebemos de tudo: fraldas, alimentos, leite em pó”, detalha Rubia.
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