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O sertão de Patativa do Assaré em cartaz na Vila do Teatro

Entre valentões e famílias em êxodo, companhia santista faz releitura de poeta nordestino

Publicado em 01/09/2015 às 17:19

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Com poesias de Patativa do Assaré, o espetáculo ‘Ispinho e Fulô de Patativa’ traz à reflexão a luta do homem sertanejo, o drama da seca e o êxodo da gente do sertão que parte em busca de uma vida melhor.

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A peça estará em cartaz amanhã, às 18 horas, na Vila do Teatro (Praça dos Andradas). A direção é assinada por Cícera Carmo, que contracena no palco com Vidah Santos, ambos pela companhia santista Carcarah Voador.

“Fazer uma colagem de poesias de Patativa é uma ideia antiga e ocorreu devido a identificação da direção com as histórias desse grande poeta”, argumenta Cícera Carmo, que, através de pesquisas, soube que o autor tão notório do Nordeste e tema de teses acadêmicas na área literária na França ainda tem sua obra pouco difundida no Sudeste. Todo esse processo teve início em 2007 e, desde então, o teatro reúne em esquetes as poesias de Patativa, como ‘Brasi de Cima Brasi de Baixo’ sobre a desigualdade social, ‘A Derrota do Zé Côco’, poema sobre um valentão nordestino que vai à São Paulo na esperança de aprender artes marciais e ‘A Morte de Nanã’, que conta a trajetória de uma mulher que perdeu sua única filha durante a seca do sertão.

A peça tem como cenário painéis que lembram as xilogravuras utilizadas para fazer as capas dos cordéis, de onde saem os personagens durante o espetáculo. Uma cadeira rústica, um rádio ABC, uma enxada, cabaça e outros objetos oriundos do sertão cearense compõem as cenas. O figurino também remete ao sertão nordestino: a costura é simples, roupas surradas, chapéu de palha, além de sandálias de couro.

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“Em 2009, fomos ao Ceará em virtude da festa do centenário do poeta. Nesta ocasião a Cia Carcarah Voador apresentou a cena ‘A Morte de Nanã’ na cidade de Assaré na casa onde Patativa nasceu e viveu com sua esposa e filhos, no Memorial que leva o seu nome e na missa solene em sua homenagem”, relembra com carinho a atriz e diretora.

Há dois anos, a companhia retomou os estudos sobre o espetáculo, reestreando na Mostra de Teatro de Santos – Motim, e mantendo-se em temporada em diversas cidades da Região, desde a Virada Cultural até o Festival Danado de Bom em Cubatão.

“Ainda em 2013 realizamos uma turnê pelo Ceará com apresentações no Teatro Violeta Arraes na Fundação Grande em Nova Olinda, Aratama e em Assaré, obtendo boa crítica”, frisa Cícera. No ano passado, a Carcarah Voador teve seu projeto contemplado pelo Facult, fundo de assistência à cultura de Santos.

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‘Ispinho e Fulô’ aborda luta do povo nordestino e o drama da seca (Foto: Divulgação)

Mas após tantas temporadas em diferentes locais, o que mais marcou Cícera foi ao apresentar o teatro na frente de um dos filhos do poeta, Geraldo Gonçalves. “Ele nos abraçou emocionado e confidenciou que o seu pai estaria muito feliz com a realização do nosso trabalho e divulgação de sua obra”.

Digo Maransaldi & banda balança o público hoje

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O baile é balançante. Este é o nome do show gratuito de Digo Maransaldi & banda a ser realizado hoje, às 23 horas, na Vila do Teatro (Praça dos Andradas). O show comemora os cinco anos de lançamento do primeiro CD do grupo.

No palco, Digo canta e toca guitarra ao lado de Rogério Duarte (baixo), Luis Pagoto (bateria) e Marcelo Freitas (sax e flauta transversal). “Vamos tocar canções nacionais dos meus heróis da black music como Jorge Ben, Hyldon, Tim Maia, Simonal, Bebeto e Sandra de Sá”, comenta o vocalista.

Ele também antecipa que o repertório ainda conta com hits internacionais de Stevie Wonder, The Beatles e James Brown, além de músicas autorais: “Acredito que a música pode ser dançante e ao mesmo tempo muito rica em harmonia, melodia. E sempre tentando levar o ambiente para um clima positivo, inteligente e leve”.

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Baterista de formação, Digo começou a carreira profissional aos 16 anos, em 90: “Minha primeira apresentação foi especial, pois toquei todas estas minhas influências numa época que as pessoas davam um valor muito grande para a musicalidade e composições autorais”.

Além deste conjunto, ele também mantém projetos paralelos com os grupos Black Jack, Delta Blues, Lei Seca e Bob Scott Whisky: “Ter o prazer de ser reconhecido pela suas canções, não tem tamanho, vale todo o esforço de viver da arte”.

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