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O Porto de Santos vive um momento complicado. Os constantes congestionamentos têm atrapalhado o desempenho do complexo e o cenário de apagão logístico está consolidado entre os usuários do sistema. O DL Porto&Negócios publica nesta e na próxima edição as opiniões de especialistas e acadêmicos.
É possível pensar em uma solução a curto prazo? “Acredito que não, pois os desafios não se limitam a falta de investimento em infraestrutura. A ausência de um planejamento urbanístico das grandes cidades também tem impactado o setor. As restrições do tráfego de caminhões nos principais centros urbanos têm forçado as empresas a buscar novas rotas e ou alternativas, além da troca de caminhões comerciais leves ou alteração do horário de trabalho que implicam em maiores custos operacionais”, afirma a professora da Faculdade de Tecnologia de Praia Grande (Fatec PG), Fernanda Peixoto Coelho.
O coordenador de Gestão Portuária do Centro de Ensino Médio e Técnico (Cetec) do Centro Paula Souza, professor Júlio César Raymundo, também não está otimista e classifica como insuficientes os investimentos anunciados pelo Governo Federal. Ele cita, como exemplo, a construção de dez mil quilômetros de ferrovias até 2025.
“O Brasil precisa de uma malha ferroviária de 55 mil quilômetros para atender a demanda atual de transporte de produtos no país, ou seja, praticamente dobrar o que existe hoje. Atualmente, o Brasil conta com 30 mil quilômetros de ferrovias e apenas 25% do que é produzido nos campos chegam aos portos por trilhos.
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Futuro
Os dois professores acreditam que a solução vem das ferrovias. Para Fernanda Peixoto, a ação deve se concentrar nas parcerias público-privadas. “O transporte deve utilizar este modal interligado com os outros, principalmente o hidroviário e a cabotagem, viabilizando assim o transbordo de mercadorias”, explica. Júlio César defende um investimento em engenharia e logística ferroviária: “Ou seja, o setor precisa de investimentos seguido de inovação. Quem sabe até um curso de especialização neste modo de transporte”.
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A resposta está nos trilhos
Para o professor Júlio César Raymundo, além expandir as ferrovias, o governo precisa pensar em refazer ou modificar alguns trechos. Fernanda Peixoto destaca que aumenta cada vez mais o volume de cargas transportadas por esse modal e o crescimento de algumas concessionárias no Brasil tem sido maior que a média mundial. “Porém, ainda existem pontos para serem avaliados e alguns problemas de infraestrutura, uma vez que transporte ferroviário de longa distância é mais vantajoso e não se oferece ainda uma extensão de malha que possibilite utilizar essa vantagem”, conclui.
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