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O consenso sobre a MP dos Portos está longe

A Medida Provisória 595, que cria um novo marco regulatório para os portos, ainda divide opiniões e gera incertezas no segmento

Publicado em 09/04/2013 às 16:14

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O mercado está agitado. As divergências que cercam a Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos, acentuam o clima de incerteza. Isto ficou claro, no último dia 4, quando o assunto deu o tom na maioria dos debates realizados na Intermodal South America, feira voltada ao segmento de comércio exterior, logística e transportes de cargas realizada no Transamérica Expo Center, em São Paulo, entre os dias 2 e 4 de abril.

O presidente da Companhia Docas da Paraíba, Wilbeur Holmes Jacome, deixou claro o seu receio com a MP: “Precisamos pensar o Brasil de forma global, mas agir localmente. A medida provisória privilegia a centralização do poder de decisão e fere a autonomia. Vão levar os projetos para Brasília e você quer que eu acredite que vão sugerir que realizem na Paraíba? A MP engessa a iniciativa local”.

O novo marco regulatório também desagrada a Associação Brasileira de Terminais Alfandegados (ABTRA). “Qual a justificativa para essa medida provisória? Este é o primeiro ponto a ser analisado, pois o princípio constitucional diz que este expediente deve ser usado em casos de urgência e relevância. No texto, há muitos aspectos copiados da Lei 8.630 (Lei de Modernização dos Portos, de 93), o que nos faz perguntar: qual a justificativa, então, de se usar o recurso?”, questiona o secretário executivo da ABTRA, Matheus Miller.

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Leônidas Cristino - Para ele, a MP 595 é um avanço porque determina diretrizes para que os processos licitatórios sejam ágeis (Foto: Agência Brasil)

Segurança jurídica

O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, defende a MP: “O Brasil precisa apresentar padrões de competitividade. Com um marco regulatório claro, o investidor tem regras claras e a certeza de que serão cumpridas. Além disso, vai permitir um planejamento. O ideal é seguir a tendência dos melhores portos do mundo, onde se pensa os complexos para um período de 50 anos”.

O presidente da Codesp, Renato Barco, não acredita que a autonomia das autoridades portuárias sejam feridas com a MP. “A instabilidade que estão apregoando não faz muito sentido. As companhias docas vão continuar tendo autonomia e não dá para medir os impactos da MP, ainda. Hoje, os canais de convergência entre a Codesp e os outros órgãos, por exemplo, é muito grande”, afirma.

MP vai agilizar as licitações, destaca ministro dos Portos

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“Em dez anos fizemos 11 licitações de arrendamento, porque não havia padronização. Enfrentamos esse problema no Porto de Santos”, ressalta o ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Leônidas Cristino. Para ele, a Medida Provisória 595 é um avanço porque determina diretrizes para que os processos licitatórios sejam ágeis: “Tudo seguirá as normas da SEP e a realização por parte da Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário), com fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União). Teremos a velocidade necessária e os problemas futuros serão evitados”.

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