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“Eu penso que a Medida Provisória 595 traz avanços importantes para o setor portuário brasileiro, especialmente no que se refere ao incentivo a novos investimentos para o setor, principalmente de investimentos privados, sem, naturalmente, se descuidar do investimento público que continuará sendo feito”. A afirmação é do diretor da Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário) e ex-ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, que tem defendido publicamente a chamada MP dos Portos.
Para ele, o setor portuário demanda largo prazo de maturação e retorno dos investimentos e isso, por si só, exige um marco regulatório confiável para dar essa segurança para o investidor privado. “A Medida Provisória está justamente nessa direção, que é dar a segurança jurídica de que o investidor privado precisa para continuar investindo no setor portuário brasileiro. Tanto é que, hoje, a carteira de investimentos demandada pelo setor privado, conforme já foi divulgado, é da ordem de R$ 54 bilhões para os próximos cinco anos”, explica.
Brito ressalta que o processo de licitação de 159 terminais portuários, sob as novas regras fixadas para o setor pela MP, vai atrair mais capital privado para os portos públicos e é um dos grandes avanços da medida. “São novas oportunidades de investimentos, de aperfeiçoamentos, de melhorias e de maior eficiência nos portos brasileiros. Portanto, essa é a principal mudança que esse grande processo de licitação vai trazer para o sistema portuário”, frisa.
Mudanças
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Além de implantar um novo marco regulatório por meio da MP, Pedro Brito afirma que é fundamental o País investir na mudança da matriz de transporte: “Temos que privilegiar o setor aquaviário, através, por exemplo, da navegação de cabotagem, da exploração econômica do potencial das nossas hidrovias e, principalmente, de mais investimentos no setor ferroviário, que são vitais para melhorar a competitividade da logística brasileira”.
Ele completa: “Recentemente foi criada pelo governo a Empresa Brasileira de Logística que, do ponto de vista da gestão, da organização e do planejamento, é de fato um avanço importante, porque vai coordenar não só esse plano de revisão da matriz de transporte do país, como também ter foco na integração da cadeira logística”.
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Reivindicações de trabalhadores são pertinentes
A Medida Provisória 595 não mexe diretamente nos direitos adquiridos dos trabalhadores, garante Pedro Brito. “No entanto, os trabalhadores têm reivindicações que são pertinentes, sobretudo, como exemplo, a reivindicação de que os avulsos, aqueles que pertencem aos OGMOs, tenham direito a uma aposentadoria, a um plano de pensão, e certamente a sociedade brasileira, através do Congresso Nacional, tem que olhar para isso”, explica.
O diretor da Antaq defende que haja uma ação do governo para que se encontre uma solução que atenda às reivindicações que sejam justas e pertinentes dos trabalhadores. Ele afirma, no entanto, que isso ocorra sem que isso implique custos adicionais, uma vez que a eficiência do sistema portuário brasileiro, traduzida na forma de operações rápidas, seguras e de baixo custo, se reflete no desempenho como um todo e no crescimento da economia brasileira.