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Infraestrutura deficitária emperra crescimento da cabotagem, aponta estudo

Levantamento da CNT traça um perfil do modal no País na visão dos usuários do sistema

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 24/06/2013 às 14:09

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Mesmo com uma costa marítima de 7.400 quilômetros e um elevado potencial de utilização, a navegação de cabotagem no Brasil ainda sofre com diversos fatores que restringem o seu crescimento. Isso é o que mostra a Pesquisa CNT do Transporte Aquaviário - Cabotagem 2013, uma avaliação completa deste modal no Brasil divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

O estudo faz uma avaliação detalhada do setor, com a identificação das principais características e números desse tipo de navegação. Além disso, apresenta uma análise qualitativa realizada a partir de entrevistas com mais de 100 clientes que utilizam ou utilizaram regularmente a cabotagem no País.

De acordo com o levantamento, a infraestrutura portuária deficiente é considerada um problema muito grave, que tem impedido o desenvolvimento da atividade, para 79,3% dos entrevistados. Na sequência, estão a deficiência dos acessos terrestres aos portos (63%) e a ausência de manutenção dos canais de acesso e dos berços (63%).

As tarifas elevadas também foram consideradas um problema muito grave por 56,5% dos clientes, assim como a baixa oferta de navios (55,4%), o excesso de burocracia (53,3%) e a carência de linhas regulares (52,2%). Os usuários citaram, ainda, como problemas a demora no trânsito das cargas, a política de combustíveis, o tratamento equivalente ao da navegação de longo curso.

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As tarifas elevadas também foram consideradas um problema muito grave por dos clientes (Foto: Agência CNT de Notícias)

Crescimento

Apesar das dificuldades, a navegação de cabotagem apresentou crescimento nos últimos anos. Entre 2006 e 2012, a alta foi de 23%. No ano passado, foram movimentadas 201 milhões de toneladas por toda a costa brasileira, volume 3,9% superior a 2011. Entre os principais produtos transportados destacam-se os combustíveis e os óleos minerais, com 77,2% de participação, a bauxita, com 10,1% e os contêineres, 5,1%.

“A melhoria dos serviços prestados pelos portos e pelos demais entes da cadeia logística é imprescindível para aumentar a atratividade do uso da cabotagem”, ressaltou o presidente da CNT, Clésio Andrade. Para tanto, segundo ele, é preciso desburocratizar as atividades e aumentar a eficiência dos serviços desenvolvidos, como as operações para movimentação e acondicionamento de cargas.

A Pesquisa conclui que é necessário estimular a construção naval no Brasil e investir em obras de infraestrutura logística, como acessos aos terminais portuários, obras de derrocamento e de dragagem, revitalização dos equipamentos e da infraestrutura dos portos, aumento das áreas portuárias e construção de novos portos para possibilitar novas rotas.

A cabotagem oferece uma série de vantagens para o transporte de mercadorias no país. Entre os benefícios econômicos estão a grande capacidade de carregamento, o menor consumo de combustível por tonelada transportada, o reduzido registro de acidentes, o menor custo por tonelada-quilômetro, o menor custo de seguro e a menor emissão de poluentes. Apenas em relação à capacidade de carregamento, uma embarcação dá conta de transportar 5 mil toneladas. Para transportar a mesma quantidade por outros modais, são necessários 72 vagões (com 70 toneladas cada) ou 143 carretas (com 35 toneladas cada).

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