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A indústria naval brasileira cresce 19,5% ao ano desde 2000 e os investimentos no setor já atingem cerca de R$ 149,5 bilhões. Os dados integram os estudos do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), comandados pelo coordenador de Infraestrutura Econômica, Carlos Campos Neto, e pelo técnico de Planejamento e Pesquisa, Fabiano Pompermayer, que deram origem ao livro “Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil - 2000-2013”. A publicação será lançada na Marintec South America - 11ª Navalshore, principal evento do setor, que ocorre de 12 a 14 de agosto, no Rio de Janeiro.
Abordando visões econômicas, políticas, institucionais e um panorama histórico da retomada da indústria naval, a publicação traça um perfil dos principais players mundiais, traz comparações entre Coréia do Sul, China e Brasil quanto à incidência tributária, além de destacar a competitividade nacional.
Retratado no estudo, o histórico da indústria naval brasileira começa nas décadas de 1970 e 1980. Promissora e voltada à produção de navios para o comércio internacional, a indústria contabilizava o segundo maior número de embarcações e encomendas do mundo. Mas a crise econômica dos anos 80 teve reflexos diretos no setor naval. “No início da década de 1990, o então presidente Fernando Collor abre a indústria naval para a concorrência internacional, mas não estávamos preparados para isso. Foi quase como decretar sua extinção”, explica o pesquisador Campos Neto.
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Em 2000, as encomendas da Petrobras, que gradativamente priorizaram o conteúdo local, impactaram o setor e atraíram investimentos. “Na época tínhamos 1.900 empregados no setor naval e, hoje, caminhamos para 70 mil trabalhadores. Esse crescimento já demonstra a importância que a indústria naval e offshore passou a ter no mercado nacional”, destaca Neto, que ainda aponta que este ressurgimento da se deu graças à estímulos vinculados à expansão do setor de petróleo e gás e ao início da exploração do pré-sal, que aumentou a demanda e multiplicou estaleiros, em sua maioria especializados em embarcações de apoio às plataformas.
Projeções de futuro De acordo com Carlos Campos Neto, os próximos 30 anos são promissores para a indústria naval brasileira. “Ainda há muito pré-sal a ser descoberto e petróleo a ser explorado em águas profundas do nosso nordeste. Com as encomendas já colocadas até 2020, os investimentos no setor devem ultrapassar os R$ 200 bilhões”, prevê.
Apesar das expectativas, é preciso ter cautela segundo Neto. “No caso da retirada das políticas de apoio do Governo , o que vai acontecer com a indústria naval? Conseguiremos competir com o mercado internacional? As portas de saída precisam estar sinalizadas para que não sejam repetidos os mesmos erros do passado e o futuro seja ainda mais promissor”, finaliza.
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O pesquisador Carlos Campos Neto participa das conferências da Marintec South America - 11ª Navalshore no dia 14 de agosto. Em painel que debate a Infraestrutura Brasileira, Campos Neto apontará os fatores do ressurgimento da indústria naval brasileira e analisará o setor de navipeças no Brasil, a incidência tributária no setor naval e as expectativas de mercado.
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