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O que é preciso ser feito para diminuir os congestionamentos de caminhões nos acessos ao Porto de Santos? Uma tentativa, quase desesperada, de resolver o problema na Rodovia Cônego Domênico Rangoni foi a implantação da Operação Segregação, que dedica duas das três faixas aos caminhões (uma para grãos e outra para contêineres). Sob intervenção há nove dias, a operação refletiu em sensível melhora e momentos sem filas, mas os congestionamentos continuam. Problema antigo, se agravou no início de fevereiro com a chegada de caminhões trazendo os grãos da supersafra agrícola.
Para o vice-presidente da Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal (CBC), Washington Soares, falta planejamento operacional. Segundo ele, a Codesp (Autoridade Portuária) vem investindo em produtividade portuária, cobrando maior eficácia dos operadores. “Mas ainda é preciso avançar em outros pontos”.
Washington defende a multimodalidade, ou seja, uma melhor e mais correta distribuição das cargas entre os modais, em especial, o ferroviário. Desta forma seria possível aliviar as estradas (que carecem de ampliações e outros investimentos) de forma rápida.
Contudo, segundo o executivo, hoje o Porto de Santos não estimula o transporte ferroviário. “Para fazermos projeções positivas para o complexo é necessário investir em uma série de transformações, uma delas, a movimentação de cargas por meio de vagões double stack, para minimizar o custo logístico para o usuário e fomentar o modal”, afirma.
Expansão do transporte ferroviário pode evitar colapso
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O professor de Transportes e Logística do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Mauro Lourenço Dias, também vê nas ferrovias a saída. “O que o porto necessita é de ferrovias de carga modernas. Se as rodovias já estão congestionadas por caminhões e carretas, que se dirigem e entopem as vias de acesso portuário, só há uma saída: a construção de mais ferrovias. Ocorre, porém, que as ferrovias no Estado de São Paulo estão sob a responsabilidade do Governo Federal. Só com um amplo entendimento entre o Governo do Estado e a União será possível viabilizar esse imbróglio. Só com a expansão do transporte ferroviário de carga será possível evitar um colapso logístico na movimentação do Porto de Santos”, conclui.
Fim de benefícios fiscais pode ser a saída
Para o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo, Valdir Santos, entre as possíveis soluções para reverter os congestionamentos e atrasos nas operações do Porto de Santos estão: a ampliação do prazo para o fim da “Guerra dos Portos” (que acaba com os benefícios fiscais concedidos às empresas em estados como Santa Catarina e Espírito Santo); a construção de novas rodovias no estado; o desvio da rota de navios para portos em outros Estados e a conclusão da pavimentação da rodovia BR-162. Valdir Santos falará a jornalistas sobre o tema em coletiva de imprensa, que acontece na tarde de hoje, em São Paulo, na feira Intermodal South America.
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