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O Brasil deve estimular o investimento do setor privado para reduzir o déficit em infraestrutura de transportes. Isso é o que defendeu o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Afonso dos Santos Senna, durante a audiência pública realizada pela Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Federal. O debate contou, também, com a presença do secretário-executivo do Conselho Temático Permanente de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wagner Cardoso.
Para Senna, o país precisa quebrar preconceitos em relação à participação privada. Ele citou o exemplo da China, que é um país comunista, mas que tem o maior programa de concessões privadas do mundo. “Nós fazemos parte de uma competição global e o impacto de não termos trens, portos adequados e infraestrutura adequada é que vamos perder competitividade”, afirmou, em entrevista ao Jornal do Senado.
O professor apresentou um levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no período 2012–2013, que coloca o Brasil na 107ª posição em infraestrutura geral de transportes entre 144 países. O país está em 123º lugar em relação à qualidade das rodovias, em 100º lugar quando se fala em ferrovias, em 135º na infraestrutura portuária e em 134º lugar no transporte aéreo.
Ele disse que é um mito ser o Brasil um país rodoviarista, já que apenas 12% das rodovias brasileiras são pavimentadas e boa parte se encontra em situação regular, ruim ou péssima.
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Gestão
Wagner Cardoso criticou o baixo investimento do Brasil em infraestrutura. Segundo ele, o Brasil investe 2,1% do produto interno bruto (PIB) no setor, enquanto a China, por exemplo, investe 7%, e o Chile, 6%. “O Brasil tem investido 2,1%, que dá cerca de R$ 82 bilhões. Para nós começarmos a reverter o déficit de infraestrutura, precisamos investir cerca de 5% do PIB. Isso dá R$ 220 bilhões ao ano”, disse.
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Para o representante da CNI, o Brasil precisa chamar o setor privado tanto para o investimento, quanto para a gestão da infraestrutura. Segundo pesquisas da confederação, os principais gargalos na área são os portos e a energia elétrica. Para Cardoso, a sanção da MP dos Portos vai possibilitar uma melhora nesse setor e é o passo certo para atenuar o problema.
Ele concluiu: “A MP possibilita a concessão das administrações portuárias à iniciativa privada. Essa será a nova bandeira da CNI com a sanção da MP 595. Nós acreditamos que as administrações portuárias também devem ser privatizadas”.
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