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Brasil pode se tornar potência mundial na indústria naval

O País tem, atualmente, a quarta carteira mundial na encomenda de navios, atrás apenas da Noruega, Estados Unidos e Grécia

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 19/08/2013 às 14:52

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O Brasil pode se tornar uma potência mundial na indústria naval? Gestores públicos e lideranças setoriais dizem que sim. Na semana passada, o DL Porto&Negócios acompanhou os debates realizados na Navalshore - Marintec South America - Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore 2013, evento realizado no Centro de Exposições SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ) e o balanço foi o seguinte: o setor está aquecido pelos investimentos no pré-sal, mas precisa pensar a longo prazo, para ter um mercado sustentável e competitivo.

O Brasil tem, atualmente, a quarta carteira mundial na encomenda de navios, atrás apenas da Noruega, Estados Unidos e Grécia. Isso, no entanto, ainda não torna o país uma potência do setor, afirmou o presidente da Transpetro, Sérgio Machado: “Estamos no último estágio para chegar lá. Primeiro começamos a construir navios, depois atingimos o índice de 65% do conteúdo nacionalizado (o chamado conteúdo local, uma norma da Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis para estimular a utilização e serviços nacionais na construção de embarcações e plataformas)  e agora buscamos a meta de nos tornarmos competitivos no contexto mundial”.

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E completou: “Temos estaleiros modernos e outros que estão se equipando, mas precisamos consolidar a indústria naval como um todo, de forma sustentável. Estamos aptos a dar este grande salto”.

O gerente-executivo do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Petrobras, Elizio Araújo Neto, também chamou a atenção para o potencial da indústria naval no País. “Atualmente as empresas brasileiras gastam cerca de US$ 17 bilhões com o afretamento de embarcações estrangeiras - apenas a Petrobras desembolsa US$ 2,5 bilhões na contratação de navios de outras bandeiras. Acredito que a nossa participação pode ser bem maior neste segmento”, afirmou.

Na foto, Sérgio Machado, presidente da Transpetro e Augusto Mendonça, presidente da Abenav (Foto: Divulgação)

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Oportunidades O superintendente da Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo), Jorge Bruno, destacou como o futuro é promissor. “Existe uma janela de oportunidades para os próximos dez anos no setor e será o momento para o Brasil se consolidar mundialmente. Fizemos um estudo em uma embarcação e elencamos 100 oportunidades de peças que podem ser nacionalizadas. Isso nos permite sonhar, por exemplo, com barcos de apoio produzidos totalmente com conteúdo local”, disse.

O presidente da Abenav (Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore), Augusto Mendonça, não tem dúvidas de que a indústria naval brasileira conseguirá atender todas as demandas de conteúdo local da cadeia de petróleo e gás. “Não temos problema para atender a demanda. Já atingimos 70% de conteúdo local na construção de navios petroleiros, mais de 60% nos barcos de apoio e de 64% em plataformas”, disse. 

A descentralização foi um dos grandes avanços da indústria naval no País nos últimos anos, destacou o secretário executivo do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), Sérgio Luiz Camacho Leal. “Isto está colaborando para a criação de polos regionais de desenvolvimento. Hoje o segmento emprega 73.55 trabalhadores, que podem ser triplicados se incluirmos os setores correlatos como navipeças, serviços etc. Acredito que chegaremos a 100 mil empregos gerados nos próximos anos”, disse. Atualmente há 373 obras e projetos em andamento nos estaleiros brasileiros.
 

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