Com o novo ajuste, os juros retornam a um nÃvel que não era registrado há mais de oito anos / Freepik/katemangostar
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros para 14,25% ao ano. O novo percentual representa o maior patamar desde agosto de 2016, ainda no governo Dilma Rousseff, quando a Selic também estava nesse nível antes de iniciar um ciclo de quedas.
A decisão foi tomada de forma unânime pelos nove membros do comitê após dois dias de reunião.
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O aumento já era amplamente aguardado pelo mercado financeiro, uma vez que, na ata de dezembro, o próprio Banco Central havia sinalizado a possibilidade de duas altas consecutivas de 1 ponto percentual, uma em janeiro e outra em março.
Com o novo ajuste, os juros retornam a um nível que não era registrado há mais de oito anos.
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A elevação da Selic tem efeito direto no custo do crédito, encarecendo empréstimos pessoais, financiamentos imobiliários e de veículos, além de linhas de crédito para empresas.
A medida, usada como principal ferramenta do Banco Central para conter a inflação, acaba reduzindo o consumo das famílias, pressionando a economia em diferentes setores.
Por outro lado, o aumento dos juros tende a beneficiar investidores em produtos de renda fixa atrelados à taxa básica, como o Tesouro Selic, que passam a oferecer retornos mais atrativos. Já a caderneta de poupança, nesse cenário, perde ainda mais competitividade.
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O cenário de alta da Selic é reflexo das dificuldades do Banco Central em controlar a inflação.
As projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seguem acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que varia entre 1,5% e 4,5%.
Caso o índice permaneça fora dessa faixa por seis meses consecutivos, o BC precisará apresentar justificativas formais para o descumprimento.
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Em março, a expectativa é de que o IPCA registre alta de 0,56%, o que representaria uma desaceleração em relação a fevereiro, quando a inflação foi pressionada pela alta nas tarifas de energia elétrica.
Em janeiro, o impacto foi mitigado pela distribuição de saldo positivo da hidrelétrica de Itaipu, conhecido como "bônus Itaipu".
Todos os diretores do Banco Central participaram da decisão de elevar a Selic, incluindo o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Esta foi a segunda reunião do Copom sob o comando de Galípolo, que manteve a linha de seu antecessor, Roberto Campos Neto, ao promover nova alta.
A pesquisa Focus, divulgada pelo BC, já indicava a expectativa do mercado por esse aumento de 1 ponto percentual. Ao mesmo tempo, os analistas revisaram as projeções de inflação para 2025 para baixo, passando de 5,68% para 5,66%.
Agora, a expectativa se volta para a próxima reunião do Copom, quando um novo ajuste poderá ser decidido, de acordo com os sinais já emitidos pela autoridade monetária.
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