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Surto de coqueluche em São Paulo preocupa autoridades; saiba por quê

Uma nota técnica foi emitida para recomenda a vacinação contra a enfermidade

Da Reportagem

Publicado em 06/06/2024 às 15:07

Atualizado em 06/06/2024 às 15:30

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A doença tende a se espalhar mais facilmente em climas amenos ou frios / Pexels

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O Estado de São Paulo já contabilizou 37 casos de coqueluche nos cinco primeiros meses de 2024. Em 2023, 38 casos foram registrados durante todos os doze meses naquele intervalo de tempo.  Na capital paulista, o número de casos confirmados chegou a 32, um aumento significativo em relação a 2023, segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

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A coqueluche, popularmente chamada de 'tosse comprida', é uma infecção das vias respiratórias causada pela bactéria Bordetella pertussis. A doença é transmitida pelo contato com secreções contaminadas, principalmente por meio da tosse, fala ou espirro.

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A nota técnica emitida pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente destaca a ocorrência de surtos de coqueluche em países da Ásia e Europa, recomendando a intensificação da vacinação contra a doença.

A infectologista pediátrica Dra. Carolina Brites  explica que “pensando epidemiologicamente no nosso país, o último pico de coqueluche que a gente teve aconteceu em 2014, quando foram confirmados mais de 8.000 casos. Desde 2020, por conta da vacinação, houve uma redução importante nos casos, e até a semana 14 de 2024, foram confirmados 31 casos”.

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A doença tende a se espalhar mais facilmente em climas amenos ou frios, como na primavera e no inverno, quando as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados. A taxa de transmissão é alta, podendo gerar até 17 casos secundários por infecção, comparável ao sarampo e à varicela, e superior à COVID-19.

Crianças são as principais afetadas, representando a maioria dos casos e óbitos, e a infecção pode durar cerca de 6 a 10 semanas e evolui em três fases sucessivas: catarral, paroxística e convalescença. "A prevalência da doença é maior em crianças que não completaram o calendário vacinal. Portanto, é crucial estar atento à vacinação de crianças até 6 meses”.

A principal prevenção da coqueluche é a vacinação em crianças menores de 1 ano, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos, além da vacinação de gestantes, puérperas e profissionais de saúde. "Essa nota reforça a importância de proteger e minimizar os casos de surto entre os profissionais da saúde, que muitas vezes, pelo sucesso da vacina, desconhecem a doença e podem não intervir precocemente”.

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A nota técnica alerta os profissionais de saúde sobre o risco do aumento de casos de coqueluche e a importância do diagnóstico diferencial com outras doenças que apresentam tosse como manifestação clínica, incluindo COVID-19. "É essencial investigar corretamente os casos suspeitos ou confirmados e assegurar a qualidade dos dados, com preenchimento correto e completo de todas as notificações."

Para os programas de imunização estaduais e municipais, a nota destaca a necessidade de ampliação da vacina contra a coqueluche aos trabalhadores de saúde que atuam em serviços públicos e privados, especialmente em ginecologia e obstetrícia, parto e pós-parto imediato, unidades de terapia intensiva e cuidados intensivos neonatais, além dos profissionais que atuam como doula durante o trabalho de parto e trabalhadores em berçários e creches com atendimento de crianças até 4 anos. "Esse processo minimiza os riscos para gestantes e lactantes que ainda não completaram o calendário vacinal, protegendo-os de quadros de coqueluche."

O aumento de casos de coqueluche no Estado de São Paulo destaca a urgência da intensificação da vacinação e da conscientização sobre a doença entre os profissionais de saúde e a população em geral.

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