Política
"Eram 1% de todos contratos: 30% para doutor Paulo Roberto, 60% para agentes políticos, 5% para mim e 5% era para João Claudio Genu (ex-assessor do PP e do deputado José Janene, morto em 2010)"
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O doleiro Alberto Youssef detalhou como era feita a distribuição da propina paga por empreiteiras para financiar partidos. Segundo ele, 60% da propina desviada da Petrobras abasteciam agentes políticos. Disse ainda que João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, e o lobista Fernando Soares eram operadores do esquema.
"Eram 1% de todos contratos: 30% para doutor Paulo Roberto (Costa, ex-diretor da Petrobras), 60% para agentes políticos, 5% para mim e 5% era para João Claudio Genu (ex-assessor do PP e do deputado José Janene, morto em 2010)", detalhou Youssef.
Antes de Genu, era Janene quem recebia a parte do PP. Ambos já tinham sido condenado no esquema do mensalão. Youssef explicou como era feita a distribuição da propina paga por empreiteiras contratadas pela Petrobras que financiou partidos políticos, entre eles PT, PMDB e PP, alvos da operação Lava Jato, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, na Justiça Federal de Curitiba.
O doleiro revelou que foi por meio dos operadores do esquema (João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, e o lobista Fernando Soares) e das empreiteiras que ele ficou sabendo que todas diretorias da Petrobras tinham esquemas de propina igual ao que ele atuava na diretoria de Abastecimento.
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Camargo Corrêa
No caso específico da empreiteira Camargo Corrêa, Youssef revelou que sua propina era de 10% sobre todo produto comprado e que repassava comissões para executivos da própria empresa.
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"Da Camargo Corrêa foi 10%, de cada venda. De outras empresas menos". Questionado pelo magistrado sobre os pagamentos de comissão aos próprios diretores, ele respondeu que estava dentro de seu porcentual.
Cartel
O doleiro também listou dez grandes construtoras do País como integrantes de um "cartel" montado para fraudar as licitações da Petrobras por intermédio de Paulo Roberto Costa e pagar propina a políticos do PT, PMDB e do PP. Afirmou ainda que diretores das empresas tinham comissionamento sobre o esquema.
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"Era entregue uma lista que iam participar no certame (licitação) e já era dito quem ia ser o vencedor. Era uma lista repassada pelo Paulo Roberto Costa. Logo que iam existir os convites era passada a lista", explicou o doleiro a um dos procuradores da Operação Lava Jato em depoimento à Justiça Federal.
As empresas citadas foram: Camargo Corrêa, OAS, UTC, Odebrecht, Queiroz Galvão, Toyo Setal, Galvão Engenharia, Andrade Gutierrez Mendes Júnior e Engevix. Todas elas pagam 1% nos contratos feitos com a diretoria de Abastecimento e de 2% a 5% nos termos aditivos de contratos.
Youssef acusou especificamente a Odebrecht e a Toyo por pagamentos de comissão feitos no exterior. Ele apontou ainda o vice-presidente da Camargo Correa e um diretor por receberem comissão também pelos contratos fraudados.
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As empresas citadas já negaram anteriormente qualquer relação comercial com Youssef e negam irregularidades nos contratos.