Política

Viagem de Dilma aos EUA dá calote de US$ 100 mil em aluguel de limusines

O cônsul-geral em San Francisco disse que tomou uma série de medidas administrativas para encomendar vários serviços solicitados por Brasília, mas não recebeu os pagamentos

Publicado em 17/08/2015 às 17:12

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O proprietário de uma empresa de limusines em San Francisco (EUA) disse que entrará na Justiça americana contra o governo brasileiro se não receber o pagamento de US$ 100 mil pelos serviços de transporte prestados durante a viagem oficial da presidente Dilma Rousseff à Califórnia, em julho.

O cônsul-geral de San Franciso confirmou que o montante não foi quitado, mas considerou "normal" o "atraso".

"Ainda não recebemos os recursos de Brasília. Não sei exatamente a razão. Deve ser algum problema orçamentário, então a gente não pôde ainda realizar o pagamento", disse Eduardo Prisco Paraiso Ramos à reportagem.

Segundo o brasileiro Eduardo Marciano, dono da NS Highfly Limousine, a comitiva contratou 25 motoristas, dois ônibus, um caminhão, três vans e 19 limusines. Marciano disse que usou US$ 40 mil de recursos próprios para custear parte das diárias dos 25 motoristas mobilizados e das vans, que ele sublocou.

A história veio à tona após um texto ser publicado no domingo (16) na CNN iReport, um site da emissora americana que publica blogueiros diversos não afiliados à CNN. O blog foi escrito pelo usuário Mack2008, que diz ser um chef de cozinha ("executive pastry chef", em inglês) de Miami, Flórida (EUA). A maioria de seus posts está relacionada ao Brasil e à crise do governo.

A presidente esteve na Califórnia no dia 1º de julho, mas os veículos foram usados de 16 de junho a 2 de julho para os preparativos da visita. Dilma antes passara por Nova York e Washington em uma série de eventos para vender o pacote de infraestrutura do governo a investidores estrangeiros e em encontro com o colega americano, Barack Obama.

O proprietário de uma empresa de limusines disse que entrará na Justiça contra o governo brasileiro (Foto: Divulgação)

"Estou cansado de ir ao consulado [em San Francisco]. Não quero levar o governo para a corte aqui. Mas não posso ter um prejuízo desses", disse Marciano. O empresário lamentou que as diversas tentativas de comunicação diretamente com o Itamaraty foram frustradas.

Crise

O Ministério das Relações Exteriores enfrenta uma crise motivada pelo corte de R$ 40,7 milhões no orçamento em 2015 imposto pelo governo federal. Diversos serviços da pasta têm sido afetados.

Na semana passada, os cerca de dez postos brasileiros nos Estados Unidos receberam um comunicado informando o cancelamento das apólices de seguro de veículos oficiais, segundo um funcionário que não quis ser identificado. Uma autoridade teria recomendado a não utilização dos carros.

O cônsul-geral em San Francisco disse que tomou uma série de medidas administrativas para encomendar vários serviços solicitados por Brasília, mas não recebeu os pagamentos.

Questionado se outros serviços não foram pagos, Ramos disse: "Olha, assim de cabeça eu não sei. Mas sei que várias coisas já foram pagas. Talvez ainda haja alguma coisa por pagar. Mas é normal, está vindo normalmente. A Secretaria de Estado vai mandando dinheiro e a gente vai fazendo os pagamentos. É normal, algum atraso é sempre normal."
Marciano, natural de São Paulo, está nos EUA há cerca de dez anos e mora em San Bruno, perto do aeroporto de San Francisco, na Califórnia.

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